Filipa Florêncio tem 24 anos, é assistente de marketing numa consultora e tem o nome artístico ЯUSSA. O Rap é a mais recente paixão.
“Na minha casa não se ouvia música. Além disso, como não tive internet em casa, até andar no secundário só ouvia o que os meus amigos me mostravam. Apenas mais tarde, depois de já estar na faculdade, comecei a explorar vários géneros musicais e a ouvir música mais frequentemente. Foi aí que surgiu o gosto pela música e foi também no final da licenciatura que comecei a escrever”, começa por explicar Filipa à reportagem de O Almeirinense.
A jovem, que se licenciou em gestão e mais tarde fez um mestrado em Gestão Internacional e outro em Marketing/Comunicação, revela que “enquanto adolescente, tive a sorte de uma colega de escola me ter mostrado algumas músicas de Sam The Kid no seu MP3. Algo me cativava bastante ali. Diria que o Rap foi das primeiras sonoridades que me chamou a atenção”.
“Eu sei que tenho um poder vocal muito maior do que imaginava…”
Depois diz que o “rap é liberdade. Eu nunca pensei em criar música porque não sabia cantar. Hoje eu sei que tenho um poder vocal muito maior do que imaginava porque a força do que eu escrevo comanda a minha voz. O rap cativa-me porque eu não sou uma mera ouvinte. Acredito que possa vir a ser realmente boa nesta arte e isso faz com que me fascine cada vez mais. Além disso, tenho a liberdade de criar algo que eu queira ouvir”. A autora das próprias letras sustenta que “nos últimos anos o meu crescimento pessoal foi acompanhado por um desenvolvimento artístico que me permite acreditar bastante no que faço. Isto porque hoje em dia tudo me inspira e isso contribui para alguma versatilidade nos temas e estabilidade na criação. Além disso, qualquer artista tem a sua musa. Eu não sou exceção. Há uma figura na minha vida responsável pelo vício da escrita”.
A jovem que agora está radicada no Algarve, no início escrevia poesia:
“Naturalmente comecei a ler os meus poemas com um ritmo que me lembrava o Rap. Posteriormente, comecei a escrever com esse mesmo ritmo em mente. No entanto, só nos últimos dois anos comecei a procurar instrumentais onde basear a escrita. Agora, tenho um tema em mente, procuro um instrumental que se relacione com esse sentimento e depois começo a escrever”.