Divertimento digital tem sólido crescimento

Não há muito tempo foi noticiado neste site a 2ª Grande Corrida Borrego Leonor e Irmão, evento que acontece na Arena de Almeirim. Por certo, um evento deste tipo necessita de uma arena para si. Na verdade, desde os tempos do coliseu romano, as grandes arenas eram os palcos dos maiores espetáculos de divertimento popular.


Porém, como tantas outras coisas, algo mudou com o advento da tecnologia da informação. Subitamente, as arenas encolheram a ponto de caberem num simples ecrã. A era do entretenimento digital chegou com os videojogos, redes sociais, apostas desportivas e uma grande variedade de tópicos, e não parece querer ir embora tão cedo.

Tudo começou com os videojogos. O icónico Atari 2600 foi a consola que deu o primeiro impulso aos jogos eletrónicos disponíveis em links, e não mais em estabelecimentos específicos. Aberta a fronteira, o caminho foi seguido por descendentes cada vez mais poderosos, com capacidade de processamento cada vez mais elevada. Algumas centenas de cores tornaram-se milhões. 

A resolução pixelizada tornou-se UHD. Os jogos ganharam roteiros, trilhas sonoras e
proporcionaram (e ainda proporcionam) inúmeros spin-offs dos seus conceitos originais. Com temáticas variadas, é possível escolher entre sagas aventureiras por reinos desconhecidos ou o combate heróico de mortos-vivos. Para os da velha guarda, basta um bom jogo de xadrez virtual, talvez com um camarada sentado em frente de um ecrã na Islândia.

Apostas desportivas no divertimento digital


O maior entretenimento desportivo do país, o futebol, também tem sido alvo do alargamento dos meios digitais e, assim, vem sendo catapultado para outras esferas. Um fenómeno recente são as apostas desportivas que, através de um site online e de um aplicativo de telemóvel, tem conquistado o gosto dos adeptos lusos. As opções ultrapassam o simples ganhar ou perder (ou também empatar, é verdade) e vão para as filigranas do jogo: quem faz o primeiro tento?
Quem recebe um cartão amarelo? Quantos tiros de esquina serão realizados? A variedade de acontecimentos da partida amplificam as possibilidades de divertimento a cada minuto de jogo. Mesmo para quem não é adepto do futebol – se é que há alguém assim – existem outras opções de apostas desportivas, contemplando modalidades que podem ir do andebol aos dardos.

Outro caso clássico de migração para a plataforma digital está nos conteúdos de televisão e cinema que, a cada dia mais, se confundem. Em outros tempos, filmes de cinema estavam no cinema, e programas de TV estavam na TV. Hoje, todos estão nas plataformas de streaming, e chegam até ao seu ecrã doméstico, seja ele qual for. Cabe ao utilizador apenas escolher, com o seu controle remoto, aquilo que deseja assistir.


A próxima fronteira parece ser uma pequena sopa de letras: VR com AI, ou seja, realidade virtual com inteligência artificial, traduzindo das siglas em inglês. Querem os profetas da tecnologia que um dia andemos pela rua com óculos de realidade virtual, que poderão ativar funções ao nosso redor conforme o que lhe diz a inteligência artificial. Criar-se-ia assim um mundo paralelo, no qual poderíamos ser outra pessoa e, provavelmente, agir de outra maneira. O Second Life foi um primeiro ensaio, sem muito sucesso a princípio. Mas com a chegada do Metaverso patrocinado por Mark Zuckerberg, é possível que os dois mundos (virtuais) colidam pela preferência dos utilizadores reais. 


Fica por confirmar se esses espaços virtuais vão realmente ganhar as proporções épicas que os antigos videojogos conquistaram. Querer transladar um universo inteiro para uma realidade paralela parece delírio de cientistas loucos de filmes de ficção científica.  Mas houve um dia em que apertar um botão e assim acender uma luz parecia impossível. E ultimamente muitos impossíveis estão a perder a sua condição inata. Só nos resta esperar que, caso o mundo de facto mude para o ambiente virtual, que lá exista um lugar para o bom e velho divertimento de antigamente. Tal qual a 2ª Grande Corrida de Touros Borrego Leonor e Irmão.