“Estou satisfeita com o resultado destes 12 anos”

Cristina Casimiro está a três meses e meio de entregar a liderança da junta de freguesia da Raposa. No seu gabinete, recebeu o jornal para uma detalhada análise a este percurso e olhar atento para o que foi feito ou ficou por fazer.

“O balanço que faço dos 12 anos como presidente é positivo porque consegui fazer muito pela freguesia e pelos seus munícipes. Requalificaram-se todos os edifícios pertença da junta, tais como: Casa da Cultura com a colocação de azulejos, ares-condicionados no salão e bar, construção da cozinha de apoio totalmente equipada e com extrator de fumos; Escola Primária que foi convertida em AAAF (CAF) e cantina; Ringue Gimnodesportivo com a colocação de redes de vedação; Extensão de Saúde com colocação de telhado, janelas e portas interiores novas; Casas Sociais com reparação de telhado, isolamentos, pinturas e moveis de cozinha; Edifício da Junta de Freguesia com colocação de caixilharia de alumínio (janelas e portas interiores e exteriores), recuperação do antigo centro de dia convertendo em sala de reuniões, cozinha com todo o mobiliário e eletrodomésticos necessários, renovou-se toda a sala de atendimento ao público, no Jardim de Infância colocou-se teto falso, revestimento de paredes com azulejos, substituiu-se todo o mobiliário, remodelaram-se as casas de banho; Parque infantil foi todo remodelado com colocação de tapete e equipamentos novos; Parque de Merendas que foi todo reconstruído com novos equipamentos e valências.

Importa referir que, mesmo após as requalificações, todos os edifícios são alvo de manutenção e pinturas, quando necessário. A Junta participou na requalificação da Igreja da Raposa através de apoio monetário, e sempre que necessário, procedemos à pintura, não só da igreja, como também do centro paroquial, cemitério, casa mortuária, coreto e espaços envolventes”, detalha quando questionada pelo balanço genérico.

Depois, acrescenta que foram alcatroadas todas as ruas da freguesia e estradas de terra batida que, todos os anos, tinham de ser arranjadas por conta das chuvas e que “adquiriu uma carrinha de 9 lugares, um mini autocarro, uma carrinha de caixa aberta, carrinha de 9 lugares para transporte de crianças, um autocarro de 39 lugares. Foram ainda compradas todas as ferramentas, máquinas e equipamentos necessários aos trabalhos exteriores, sem esquecer que, ao longo dos 12 anos, sempre primámos por manter todos os espaços, ruas e jardins limpos e cuidados.”

A presidente de junta salienta ainda “a importância do apoio da Câmara Municipal de Almeirim, tanto nas requalificações como na aquisição de veículos.“

Numa análise mais pessoal, Cristina diz, sem hesitações, que gostou de trabalhar em prol do bem-estar da população, mantendo-se sempre próxima de todas as pessoas e vivenciando, com elas, alegrias e tristezas: “Sentir que fui útil no combate ao sedentarismo e isolamento, proporcionando atividades, passeios e eventos para todas as idades. Sinto-me muito lisonjeada com todo o carinho que a população me tem demonstrado e com o companheirismo de todos os que se disponibilizam para fazer parte das iniciativas da junta”. 

Sobre o que ficou fazer, a autarca assume que ficou por terminar “o acesso e recuperação da Fonte dos Biscais, o parque das Autocaravanas e a colocação de um parque infantil no parque de merendas. Obras que não dependem diretamente da Junta”.

Aterro: “Têm mentido ao longo dos anos”

Sempre ou quase sempre que se fala da freguesia da Raposa, temos que falar do aterro.  “O fecho do Aterro tem sido uma preocupação ao longo dos anos e tivemos várias reuniões com a Empresa Ecolezíria, onde nos vão dizendo sempre uma data para o seu encerramento, o que na verdade não acontece. Numa das reuniões, informaram que iria ser selado após o inverno, situação que me parece estar longe de acontecer, uma vez que continuam a colocar lixo no topo do aterro quando disseram que o lixo seria apenas colocado nos taludes para fazer o declive necessário à selagem.  Eu revejo-me na revolta da população, uma vez que nos têm mentido ao longo dos anos, fazendo-nos acreditar que o encerramento estava para breve. Tenho ouvido a população e já demonstrei o meu total apoio a todas as iniciativas que queiram tomar, uma vez que sinto que, quem pode resolver o assunto, não está interessado no bem-estar da população e do ambiente”, diz sem papas na língua.

E uma das preocupações também associada ao aterro está relacionada com os incidêncios que ali têm ocorrido e um deles dura há meses: “Têm existido alguns fogos, sendo que um deles foi grande e muito perigoso pela proximidade com a célula de aterro que ainda está ativa, o que mobilizou diversas corporações de bombeiros e proteção civil. Neste momento, parece-me que ainda se mantém ativo um incêndio que teve início há vários meses, uma vez que se nota algum fumo naquela zona e a população tem referido o cheiro a queimado que se sente na freguesia. No meu entender, a inalação de partículas de plástico queimado prejudica a saúde de todos pela sua elevada toxicidade, e aumenta a poluição do ar prejudicando o ambiente.” 

Parque Merendas: O ex-libris da aldeia

Não há grande risco de errar, ao dizer que, na Raposa, o Parque de merendas é o grande ex-libris da Freguesia, sendo “frequentado pela população e por visitantes durante todo ano. Tem sido utilizado para eventos de associações e grupos e também por famílias que se juntam para conviver e criar boas memórias. Foi alvo de uma requalificação completa, com colocação de novas mesas, bancos, assadores, fornos, lavatórios e vedação; foi contruído um palco com uma estrutura que proporciona sombra; foi construído um bar de apoio ao parque; as casas de banho foram todas remodeladas e construíram-se duas para utilizadores de mobilidade reduzida; foi colocada uma ponte pedonal. As margens foram revestidas com pedras para evitar deslizamentos”, interrompe e diz com orgulho a autarca em final de mandato.

Neste item, Cristina Casimiro argumenta que “foi necessário intervencionar algumas árvores que já apresentavam perigo de cair e foram plantadas novas em grande quantidade, o que de futuro proporcionará sombra em toda a extensão do parque. Ficou um lugar aprazível, relaxante, onde o seu espelho de água proporciona um ambiente mais fresco em dias de calor. O último equipamento adquirido foi um baloiço de madeira que tem vista para a ribeira criando uma imagem muito bonita.”

Mas aqui também há coisas por terminar: “Neste momento, está a faltar a colocação do parque infantil e a construção de um parque de autocaravanas, mas são duas situações que não dependem exclusivamente da Junta e, por isso, ainda não foi possível fazer, mas que irão enriquecer muito este espaço.”

E no passado, recentemente, chegaram a existir criticas, nomeadamente quando houve cheias: “As críticas, sejam elas construtivas ou não, fazem parte de um cargo político, e tenho de conviver com elas, mas tenho a consciência limpa porque tenho dado o meu melhor. Concretamente, em relação às cheias no parque de merendas, foi uma situação inesperada, e que não era possível controlar ou conter a água uma vez que o nível da água atingiu um valor muito alto, que não se verificava há já muitos anos, situação que se verificou em muitas zonas do país. Assim que foi possível, foi reparado tudo o que tinha ficado danificado pelas intempéries.“

Futuro: “António José é de confiança”

Com sentimento de missão cumprida, Cristina Casimiro elogia o candidato do PS, mas já lá vamos. Primeiro o que deve ter o próximo: “tem de conhecer bem a sua freguesia, os seus fregueses e as suas necessidades. Estar disponível para ouvir e reagir aos problemas que forem surgindo, sempre com a intenção de fazer o melhor por cada um e tendo e vista o bem comum de toda a população. Tem de ter experiência em lidar com situações mais desfavoráveis e que nem sempre vão ser fáceis de gerir. Deve ser ponderado e, ao mesmo tempo, proativo e dinâmico.”

Cristina Casimiro vê o o braço direito nestes últimos 12 anos a assumir a candidatura pelo OS e “é sem dúvida a pessoa mais bem preparada para assumir a presidência da Junta de Freguesia de Raposa, pela sua vasta experiência no executivo da Junta ao longo dos últimos 35 anos. O associativismo sempre esteve muito presente na sua vida, uma vez que fez parte da Direção do Grupo Desportivo Raposense e do Rancho Folclórico os Camponeses da Raposa e é Membro da Comissão de Festas em Honra de Santo António da Raposa há muitos anos. É uma pessoa de confiança, preocupado com o próximo, sempre disponível para ajudar, com vontade de fazer sempre mais e melhor pela sua freguesia. Conhece muito bem a sua freguesia, os seus fregueses e tenta estar sempre informado de todas as situações que acontecem na nossa aldeia de forma a agir rapidamente e estar próximo da população quando necessário. O António José já provou a sua competência, experiência e sentido de responsabilidade para assumir este cargo”, assegura de forma convicta.

Resultados e futuro

Nas últimas legislativas, o PS só ganhou na freguesia da Raposa, num ato eleitoral marcado pelo crescimento do Chega. Ora, “nem sempre os resultados das eleições Autárquicas são reflexo dos resultados das eleições Legislativas. De qualquer forma, saliento que, na Freguesia da Raposa, a maior percentagem de votos foi para o Partido Socialista. Na minha opinião, o PS apenas tem de se preocupar com a sua campanha e informar o eleitorado das suas intenções e do seu programa. Mostrar que estamos presentes, disponíveis e próximos da população, e que queremos dar continuidade ao trabalho desenvolvido nestes últimos anos”, afirma Cristina Casimiro e garante que termina “este ciclo político como Presidente de Junta, mas vou estar sempre ligada ao meu partido e estou disponível para continuar a contribuir para o bem-estar da minha freguesia. O meu maior interesse sempre foi a política de proximidade e estou satisfeita com o resultado destes 12 anos.”

Já na parte final da longa conversa com O ALMEIRINENSE, deixou uma mensagem aos eleitores: “Ao meu eleitorado deixo um grande agradecimento pela confiança que depositaram em mim nestes três mandatos, e por acreditarem no meu valor e no meu trabalho. Peço que votem em consciência e que, no momento da escolha, tenham bem presente os valores, capacidades e experiência de cada candidato e de cada partido. Que ouçam o que cada um tem para dizer e que se informem relativamente ao manifesto de cada partido, uma vez que está em causa o futuro da nossa freguesia e do nosso concelho.”