Maria Clara Pó (PSD): “Não prometo o que não posso cumprir” 

Maria Clara Pó é o rosto da aliança entre o PSD, CDS e IL também na freguesia de Benfica do Ribatejo. A diretora técnica da Associação de Solidariedade Social de Benfica do Ribatejo não entra na crítica fácil, nem promete o que diz não conseguir cumprir e assume ainda que vem “com verdade, com seriedade e com espírito de missão.”

Como surgiu o convite para liderar a lista à freguesia de Benfica Ribatejo? 

A decisão de me candidatar surgiu naturalmente, motivada pela manifestação da vontade de me reformar no final de 2025. Para mim, a reforma nunca significou parar, mas sim mudar. Quando fui convidada a assumir um novo desafio, aceitei sem hesitar, porque representa aquilo que mais gosto de fazer: servir as pessoas — e fazê-lo na terra que mais amo, Benfica do Ribatejo.

O que acha que pode trazer de bom à freguesia?

A minha candidatura assenta na disponibilidade, dedicação e trabalho. Conheço profundamente esta freguesia, em todas as suas vertentes e nas suas reais necessidades. São quase três décadas de trabalho diário, contínuo e próximo da comunidade. Essa experiência dá-me uma visão clara, prática e realista dos desafios e das oportunidades que temos pela frente.

Como analisa o trabalho de Cândida Lopes nestes últimos quatro anos? E nos 12 em que esteve à frente da junta?

Apresento-me com dois princípios fundamentais: não criticar o trabalho dos outros e não prometer o que não posso cumprir. Tenho um discurso honesto, direto e transparente. Não faço ataques pessoais, prefiro afirmar aquilo que sou e o que proponho. Não sou demagógica, respeito a inteligência de cada eleitor e recuso promessas oportunistas. Por isso, não venho com análises exageradas ou críticas destrutivas.

Se ganhar a Junta, quais os grandes desafios ?

Vejo este desafio de forma global, com o objetivo concreto de transformar Benfica do Ribatejo numa freguesia moderna, desenvolvida e com qualidade de vida para quem cá vive e orgulho para quem cá nasceu.

Quais os principais projetos da sua candidatura para a freguesia?

Apresento um compromisso eleitoral com medidas concretas — algumas de caráter mais imediato, que necessitam de ser implementadas ou continuadas, e outras com uma visão de médio e longo prazo, que exigem planeamento, coordenação e análise cuidada.

Segundo os Censos, em 2011 a freguesia tinha 3.067 habitantes; em 2021, passou para 2.795. A maior quebra verificou-se entre os 25 e os 64 anos — a população ativa. Este dado revela que Benfica do Ribatejo não tem sido uma freguesia atrativa. Precisamos de compreender as razões e agir com determinação para inverter esta tendência.

Porque devem votar em si os fregueses de Benfica?

Estou a oferecer à comunidade o que sei e o que posso: trabalho, competência, proximidade, escuta ativa e ação. Um Presidente de Junta não pode limitar-se a passar pelo edifício ao final do dia. Tem de estar presente, ver, ouvir, decidir, coordenar, organizar e ser a voz da população — numa luta diária, persistente e determinada por melhores condições para todos.

O largo do Dr. Moita foi inaugurado em maio de 2024. Era um espaço que ja merecia esta requalificação?

Era urgente uma requalificação. Concordo com a forma como foi feita? Essa seria outra questão.

Há um projeto maior para os terrenos em frente à junta. Que deve ter este espaço?

Vejo com urgência a necessidade de requalificar a freguesia. Concordo com o projeto existente, mas discordo da localização prevista para o novo estádio de futebol. Em minha opinião, o estádio deveria situar-se na zona noroeste da área urbana, o que permitiria maior expansão e melhor aproveitamento a médio prazo.

Como se pode potenciar a freguesia no setor economico?

Defendo o investimento na zona de atividades económicas do Pinhal do Bacalhau, uma área com grande potencial para atrair empresas, criar emprego, dinamizar o comércio local e reforçar os serviços de apoio às famílias. Também considero essencial fomentar a criação de atividades culturais, desportivas e recreativas, que envolvam a comunidade e valorizem a nossa identidade coletiva.

E como se pode potencial a proximidade com o Rio Tejo e as raizes que já existiram com o Rio?

A freguesia tem uma relação privilegiada com o rio Tejo, que está praticamente por explorar. A Azeitada é um exemplo claro de abandono e falta de investimento. É urgente criar infraestruturas naquela zona para que possamos dar-lhe nova vida. Imaginem, por exemplo, um parque de merendas com um passadiço ribeirinho que ligue a Azeitada a Almeirim — um projeto transformador para o lazer, o turismo e o sentimento de pertença. Muito há a fazer. Mas estou pronta. Com verdade, com seriedade e com espírito de missão.


Data de nascimento: 29 de dezembro de 1965

Profissão: Diretora Técnica

Passatempos: Viajar, cozinhar, ler, escrever, cinema

Último livro: “O gato que nunca partiu” de  Hiro Aritowa

Música: Música dos anos 80