O fadista Fábio Borges regressa às suas raízes para oferecer uma noite intensa e poética. Entre clássicos do fado de Coimbra e novos temas, o artista partilha a sua emoção e a ligação às terras que marcaram a sua vida. Um concerto intimista que promete envolver o público.
Fábio, que espetáculo vai apresentar no Cine Teatro de Almeirim no dia 17 de outubro?
No dia 17 de outubro vou apresentar um espectáculo especial dedicado a Almeirim chamado “Fado do Mondego ao Tejo”. Nesse espetáculo vou cantar clássicos de Coimbra, temas do meu próximo álbum e mais algumas surpresas.
Como tem sido a preparação para este evento?
Fui convidado pela Câmara Municipal de Almeirim para fazer este concerto no Cine Teatro e pensei logo em fazer algo que unisse estas duas terras que me viram crescer, Almeirim e Coimbra. Daí a ideia de trazer a paisagem dos rios Tejo e Mondego numa viagem musical entre quem fui e quem sou agora.
Tenho estado a ensaiar muito com os meus guitarristas para que o espetáculo seja memorável para todos.
Este concerto terá algo de diferente em relação às suas apresentações anteriores?
Será diferente no sentido em que eu estou diferente, neste último ano tenho desenvolvido ainda mais toda a minha parte artística, da voz à composição.
Além disso, como estou a gravar o meu segundo álbum, é natural que, mesmo estando ainda dentro do terreno do Fado se ouça algo novo. Até porque neste desenvolvimento que aqui falo tenho procurado perceber os caminhos que o fado pode ter e que experimentações o podem ajudar a ir mais além.
Em palco, será um concerto intimista e intenso em que o diálogo com o público será muito próximo.
Pode contar-nos como nasceu a sua paixão pela música?
Desde que me lembro quero cantar, foi sempre algo muito natural em mim. Vivia rodeado de música com a minha família e eu próprio sempre fui fascinado pelo som, seja musical ou não. Então diria que é algo que nasceu comigo, a melodia, o ritmo e a palavra quando misturados criam música e isso para mim é das coisas mais preciosas que tenho no mundo. E como cantor, poder entregar a minha emoção pela voz conectando-me com quem me ouve, é a razão fundamental de tudo isto.
Qual tem sido o seu percurso musical até chegar a este ponto da sua carreira?
Quando era criança fui tendo algumas aulas e cantava pela diversão de cantar. Tive algumas experiências em teatro e em bandas durante a adolescência mas nada de muito sério.
Quando vim estudar para Coimbra tive a oportunidade de entrar para o Conservatório de Música de Coimbra, algo que sempre quis, e aí começou a minha jornada mais a sério como músico. No Fado de Coimbra ainda como estudante percorri todos os espaços académicos a cantar e em especial participei em várias Serenatas Monumentais na Sé Velha. Então entre fados e estudo fui me formando músico até me dedicar a 100% a esta área.
Hoje em dia sou músico, produtor e professor de canto, tudo fruto da minha vinda para Coimbra e da minha vontade de ser um bom músico.
Daí está minha ligação tão forte com o Fado de Coimbra e com a cidade, foi assim que pude tornar-me o músico que sou hoje. Agora, depois de anos de experiência, é tempo de navegar para outros rios como vou fazer já no próximo dia 17 de outubro pelas 21h30 no Cine Teatro de Almeirim.