O Tribunal de Santarém determinou, esta segunda-feira, 28 de julho, as medidas de coação para os 34 arguidos detidos no âmbito da megaoperação que desmantelou uma alegada rede internacional de construção e exportação de lanchas rápidas usadas no tráfico de droga. Entre os detidos estão dois indivíduos residentes no concelho de Almeirim.
O Juiz de Instrução Criminal, Bruno Miguel Lopes, decretou prisão preventiva para um dos detidos de Almeirim, enquanto o segundo ficou com apresentações periódicas três vezes por semana no posto da GNR da área de residência, além da proibição de contactos com os restantes arguidos.
No total, 12 arguidos ficaram em prisão preventiva — nove espanhóis e três portugueses (incluindo três mulheres). Os outros 22 vão aguardar julgamento com a medida de apresentações periódicas. O Ministério Público tinha pedido prisão preventiva para 22 dos detidos e apresentações para os restantes 12.
Recorde-se que a GNR apreendeu três lanchas num armazém da zona industrial de Almeirim, alugado por um dos arguidos locais, um empresário de Benfica do Ribatejo.
Segundo apurou O Almeirinense, foram realizadas buscas na cidade de Almeirim e no referido armazém onde as lanchas estavam guardadas.
A megaoperação da GNR, que decorreu entre 7 e 11 de julho, em Portugal e Espanha, teve como foco o desmantelamento de uma rede de construção de embarcações rápidas destinadas ao tráfico de estupefacientes. O epicentro do esquema localizava-se num armazém junto à Estrada Nacional 118, entre Samora Correia e Alcochete, a poucos quilómetros do rio Tejo, de onde as lanchas seriam lançadas à água.
No total, foram apreendidas sete toneladas de haxixe, 650 quilos de cocaína, 18 embarcações de alta velocidade, avaliadas em cerca de oito milhões de euros, e 40 motores de alta potência, com valor estimado de 2,5 milhões de euros. Foram também confiscados 780 mil euros em numerário, 11 armas de fogo e 24 viaturas.