No Associativismo e Voluntariado, o júri da gala 2025 escolheu distinguir os 75 anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Almeirim, o projeto das Gentes de Almeirim que ajuda pessoas e instituições e ainda a Fogueira de Fazendas.
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Almeirim
Corria o ano de 1946 quando se realizaram as primeiras reuniões com o objetivo de criar os Bombeiros de Almeirim. A iniciativa partiu de uma comissão composta pelo Tenente Francisco de Freitas Moura, por Luís Vasconcelos Dias e por Deodato da Mota Cerveira. Na altura, a corporação teria caráter municipal, uma vez que o Tenente Moura exercia funções como administrador do Concelho de Almeirim.
Durante dois anos, esta comissão reuniu-se regularmente, mas sem conseguir concretizar a organização da corporação. Só em 1948, numa reunião realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, foi decidida a criação de uma direção com o propósito de formalizar a Associação de Bombeiros Voluntários de Almeirim.
A primeira direção ficou constituída por:
- Presidente da Direção – Adelino Novais Branco;
- Vice-Presidente – Francisco de Freitas Moura;
- 1.º Secretário – Rogério Mota Sayanda;
- 2.º Secretário – Ulisses Pina Ferreira;
- Tesoureiro – Luís Vasconcelos Dias;
- Vogais – Deodato da Mota Cerveira e Diamantino Pereira de Almeida.
Foi esta direção que formalizou a Associação e deu início às obras de recuperação da antiga central elétrica, cedida pela Câmara Municipal, edifício que hoje acolhe o Posto de Turismo de Almeirim.
Os próprios bombeiros, depois de longos dias de trabalho, dedicaram-se voluntariamente à adaptação das instalações do quartel. Entre os mais envolvidos destacaram-se Francisco Luzia, José Marmelo, António Fonseca, Inácio, Manuel Almeida, Teodoro Alcobia e o Chefe Almeida.
O passo seguinte foi a aquisição de um chassi em segunda mão, comprado a Manuel Teixeira por 45.000$00, para ser transformado em pronto-socorro. A carroçaria foi construída em Vila Nova de Gaia, pela empresa J. A. Paredes Sucessores, Lda, com um custo adicional de 130.000$00.
Como os recursos eram escassos, a população uniu-se à causa. Foram organizados peditórios, vendas de miniaturas de capacetes, bailes e festas, iniciativas que permitiram angariar os fundos necessários para dar continuidade ao projeto.
O primeiro comandante da corporação foi Manuel dos Santos, sucedido mais tarde por José João Pires. O quartel dos Bombeiros Voluntários de Almeirim foi inaugurado a 3 de junho de 1951 pelo Governador Civil de Santarém, com a presença de várias autoridades, incluindo um representante do Inspetor de Incêndios da Zona Sul.
Na cerimónia, estiveram também presentes bombeiros das corporações de Santarém e Alpiarça, que, juntamente com os de Almeirim, formaram a Guarda de Honra. Após o batismo do pronto-socorro, realizou-se um simulacro de incêndio num edifício cedido para o efeito, pertencente a Gonçalves Isabelinha e situado em frente à Câmara Municipal. A madrinha do pronto-socorro foi Maria do Rosário Cantante Mota, filha do Dr. Cantante Mota, que ofereceu aos bombeiros 25.000$00 nesse mesmo dia.
O evento terminou com um almoço de confraternização no salão nobre do Grémio da Lavoura. Três semanas mais tarde, a nova corporação recebeu a visita do Inspetor de Incêndios da Zona Sul, Major Viana, que foi recebido à entrada do concelho pelo Presidente da Câmara Municipal, pela Direção da Associação e por outras entidades locais. À chegada ao quartel, foi-lhe prestada uma Guarda de Honra pelos bombeiros de Almeirim e por uma secção dos Voluntários de Santarém, num momento simbólico que marcou o início oficial da atividade da corporação.
Associação Gentes de Almeirim
A Associação Gentes de Almeirim surgiu para ocupar um espaço deixado em aberto entre o folclore e a defesa do património etnográfico. Uma das missões da associação é apoiar outras instituições, disponibilizando fundos que vão angariando, como já aconteceu com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, ou com os Bombeiros Voluntários de Almeirim, entre outras. Além disso, ajudam famílias em dificuldades que lhes chegam ao conhecimento, sobretudo famílias com situações de desemprego e com dificuldades em pagar os empréstimos das suas casas. Mas também há gestos de conforto, como o de levarem arroz doce aos utentes e profissionais da Unidade de Oncologia do Hospital Distrital de Santarém no Dia Mundial do Cancro.
O arroz doce é uma das marcas da associação e é através desta especialidade que muita gente conhece a associação. O doce está presente nas atividades públicas da Gentes de Almeirim, seja nos espetáculos, seja nas ações de animação do mercado municipal, ou nas festas da cidade e no Festival da Sopa da Pedra, onde marcam presença anualmente.
Fogueira de Fazendas de Almeirim
De entre os nomeados, o projeto da Fogueira em Fazendas é o mais recente, mas um dos que agarrou de imediato a população da freguesia, mas não só. O Padre Bruno é o polo agregador, mas há muitos voluntários que na altura do Natal transformam a localidade num ponto único de união, retirando as pessoas de casa e colocando-as à conversa e em convívio “à volta da fogueira”.