PO estudo das Cidades e Freguesias inteligentes, assiste-se, com frequência, a uma abordagem excessivamente centrada na tecnologia, como se esta fosse um fim em si mesma. O conceito, em termos gerais, refere-se à utilização de ferramentas tecnológicas para otimizar os serviços urbanos. No entanto, esta definição, revela-se insuficiente e, em certa medida, enganadora. A razão é evidente: Portugal, um país que, ao longo das últimas décadas, privilegiou a expansão da infraestrutura rodoviária em detrimento do investimento em serviços públicos essenciais, dificilmente se converterá, de um momento para o outro, num campeão da inovação tecnológica na Administração Pública.
Uma cidade verdadeiramente inteligente não pode ser definida apenas pelo nível de tecnologia que incorpora, mas sim pela sua capacidade de proporcionar uma vida urbana equilibrada e funcional. Um exemplo paradigmático é o conceito, desenvolvido e aplicado, como particular na gestão de um modelo que privilegia a proximidade entre a residência, o local de trabalho, o comércio, espaços de lazer e serviços, permitindo aos cidadãos aceder a todas as suas necessidades essenciais sem necessidade de deslocações prolongadas.
Almeirim, uma cidade de pequenas dimensões, oferece um terreno propício para a aplicação deste modelo. A compreensão dessa realidade ao ser implementado um Plano de Mobilidade Urbana, apresentando, reduzir a dependência do automóvel e fomentar a mobilidade pedonal e ciclística. Entre as medidas previstas incluem-se a criação de ciclovias, e espaços urbanos mais acessíveis aos peões, para terem o acesso a todas as zonas. Não se trata de uma revolução digital, mas sim de uma evolução centrada na qualidade de vida urbana, provando que uma cidade inteligente é, acima de tudo, uma cidade pensada para as pessoas.
(Continua na próxima edição)
Mário Moreira – CH Almeirim