A Guarda Nacional Republicana (GNR) deu início esta quinta-feira, dia 11 de setembro, à campanha “Escola Segura” 2025/2026, uma operação nacional que acompanha o regresso às aulas e que vai abranger mais de 4.600 estabelecimentos escolares e cerca de 678 mil alunos.
O objetivo passa por sensibilizar alunos, professores e encarregados de educação para a adoção de comportamentos de autoproteção, para a promoção de práticas inclusivas e para a prevenção de comportamentos de risco.
O Programa Escola Segura (PES), que celebra este ano 33 anos de existência, é considerado uma peça essencial na garantia da segurança no meio escolar, dado que promove a proximidade entre os militares e a comunidade educativa.
Durante a campanha, a GNR vai dar a conhecer os militares responsáveis pelo programa em cada escola e vai distribuir os respetivos contactos, de forma a reforçar a confiança e o acompanhamento de crianças e jovens.
As ações vão ser dinamizadas pelas Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário, que reúnem mais de 400 militares em todo o país, com especial atenção na segurança na rua, em casa e na via pública.
Em comunicado ao Jornal O Almeirinense, a GNR lembra que as escolas são espaços de liberdade, convívio e segurança, e sublinha a importância do envolvimento de toda a comunidade escolar na construção de um ambiente saudável, inclusivo e respeitador.
Com particular atenção aos fenómenos de bullying e cyberbullying, a força de segurança apela para que os jovens não sejam cúmplices destes comportamentos e que denunciem situações de agressão física ou psicológica junto de pais, professores ou outros adultos de confiança.
Em casos de bullying digital, a GNR recomenda que sejam guardadas todas as provas e registos de mensagens ou conteúdos ofensivos e lembra que as vítimas não devem interagir diretamente com os agressores. Também os colegas que testemunhem estas situações são chamados a intervir de forma positiva, dando apoio às vítimas e desencorajando a partilha de conteúdos abusivos.
A campanha dirige-se igualmente aos encarregados de educação, que são aconselhados a manter uma participação ativa na rotina escolar e digital dos filhos. Devem manter-se atentos a sinais que possam indicar comportamentos de risco, quer enquanto vítimas, como agressores. Em casos de suspeita, devem comunicar de imediato à GNR.
A segurança online é outro dos pontos destacados. Proteger as palavras-passe, evitar a partilha de informações pessoais ou imagens de forma descuidada e ter atenção ao aceitar pedidos de amizade ou ao interagir com desconhecidos nas redes sociais são algumas das recomendações.
Entre os temas abordados surge ainda a violência no namoro. A GNR alerta para sinais de alerta, como o controlo excessivo, os ciúmes, os insultos, as humilhações ou a tentativa de afastar a vítima dos amigos. Em situações de perigo, os jovens devem procurar imediatamente um local seguro, ligar para o 112 e, posteriormente, reportar o caso.
Com o previsível aumento do fluxo de trânsito no regresso às aulas, a campanha dá também especial relevo à segurança rodoviária ao apelar à utilização obrigatória do cinto de segurança e dos sistemas de retenção para crianças.
Aos estudantes é ainda recomendado que aguardem pelos encarregados de educação dentro das instalações escolares, que se façam acompanhar por colegas nos percursos a pé, que evitem locais isolados ou com pouca iluminação, que utilizem as passadeiras para atravessar a estrada e que mantenham contacto com familiares durante as deslocações. A memorização do número do posto local da GNR é igualmente recomendada.
No último ano letivo, a operação abrangeu mais de 873 mil elementos da comunidade escolar e contou com 16.318 ações de sensibilização. Foram registados 2.354 crimes em ambiente escolar, dos quais 890 corresponderam a ofensas à integridade física voluntária simples, 374 a ameaças e coações e 183 a furtos. A GNR apreendeu ainda 73 armas, entre as quais 53 armas brancas, seis de fogo e cinco de ar comprimido.
Além disso, foram identificadas 1.198 ocorrências de natureza não criminal, incluindo colaborações com as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, relatórios de serviço e casos de abandono escolar.