Grésdias: Uma família desde 1955 a servir em Almeirim

Em 1955, o avô Manuel Dias comprou um terreno fora da aldeia, junto ao cemitério, agora centro da cidade. Mais tarde, na mesma morada, o pai e os filhos André Dias e Fernando Dias constroem o edifício que ainda hoje serve a Grésdias. Os netos Juvenal Dias e Filipe Dias, desde 1986, reparam, renovam e reinventam todo o espaço que é hoje a Grésdias.

Esta é, desta forma, a história da empresa familiar resumida em poucas palavras.

“Em 2019 começámos a usufruir de um novo espaço de armazém na zona industrial de Almeirim, com mais soluções em stock. Nos últimos anos, a Grésdias renovou a sua imagem, os seus espaços e quase toda a exposição… É hoje um espaço quase irreconhecível, que nos enche de orgulho e nos ajuda a crescer”, dizem, com orgulho, os irmãos Juvenal e Filipe.

Ao jornal O Almeirinense, os empresários enumeram alguns dos momentos mais marcantes: “Inicialmente, Manuel Ferreira Dias, depois MACOSAL, a maior empresa do sector na época, chegou aos 22 trabalhadores. Recomeço do ZERO, tudo à mão desde 1986/87… empresa com os dois irmãos juntos, o pai e a família. Nos anos 90, uma nova era e, com mais marketing, criámos O Rei do Barato… das microempresas familiares da nossa região, provavelmente a mais conhecida de todas, no Ribatejo e não só. Em 2005, a Grésdias era um projeto novo para 20 anos. Nova imagem, nova exposição e novos objetivos, fruto de muito trabalho dos dois irmãos e depois com a ajuda das nossas equipas… até hoje.”

Mas prosseguem: “Outro marco muito importante no nosso percurso foi a contratação de vendedoras para a equipa comercial da Grésdias… já são três mulheres e são três mais-valias, porque elas entendem as nossas clientes. Hoje, a Grésdias é uma empresa com esperança, com objetivos e tudo fazemos para inspirar os nossos clientes a visitar-nos e a comprar as nossas sugestões.”

Juvenal e Filipe sublinham que querem “que os nossos clientes vivam experiências diferentes, que fiquem com boas e marcantes memórias vividas connosco na Grésdias… ambientes criativos e acolhedores. Sempre respeitando a nossa equipa, os nossos parceiros e os nossos estimados clientes.”

Numa análise sobre o mercado e a associação aos períodos de maior dificuldade, ligados às crises na construção, os empresários lembram que “as crises financeiras retiram poder de compra, os juros, o cabaz alimentar, a incerteza do IRS… são tudo fatores que afetam as vendas de todo o comércio no seu dia a dia.”

Mas “hoje a Grésdias tenta combater essas dificuldades através das redes sociais, do marketing, mas um dos nossos pontos mais fortes é o entendimento dos nossos clientes e o respeito pelo nosso cliente, no sentido profissional e na visão do resultado final da decoração que ele procura, e o permanente foco na maior eficácia e durabilidade do novo espaço da sua casa, mas sempre com o objetivo de se sentir orgulhoso pela decoração sugerida…”, sublinha Juvenal Dias.

O irmão Filipe explica que “há um detalhe que pensamos ser muito importante: o atendimento, ao qual chamamos hoje de entendimento. Para nós, o segredo é acreditarmos que a informação mais correta para servir o cliente era a que nós dávamos segundo o nosso conhecimento e a nossa ética. Naquela venda, naquela situação, mais do que a venda, era servir o cliente o melhor possível. Tivemos consciência deste trabalho há uns anos atrás: entrou na Grésdias uma cliente com a filha pela mão e nós reconhecemos a sua mãe e a sua avó que vinham junto. Tirámos uma foto de família com quatro gerações de clientes, com uma satisfação enorme, e foi um dos dias mais inesquecíveis da nossa história.”

Na empresa Grésdias, reconhecendo que há cada vez mais escassez de mão de obra — cada vez menos canalizadores, pedreiros, carpinteiros, ladrilhadores, etc. — “nós temos um profissional na nossa equipa, aplicamos cabines, móveis, torneiras, etc., em casa dos nossos clientes que não têm como ou quem o faça. As pessoas estão mais afastadas dos valores essenciais da nossa sociedade, pensamos que a pandemia tornou as pessoas menos disponíveis para o outro, em vários sentidos, e as novas tecnologias, que foram inventadas para juntar e aumentar o acesso ao conhecimento, são usadas ao contrário… parece que afastam as pessoas ou isolam mais. Estes multifatores pessoais, familiares e sociais são um desafio cada vez maior no entendimento dos nossos clientes e no respeito dos clientes pelo nosso trabalho e pelas pessoas que o fazem, e também um desafio para a continuidade das nossas equipas e a sua motivação.”

Já sobre se as grandes superfícies e a internet mexeram com o mercado, Juvenal e Filipe dizem que “na nossa modesta opinião as grandes superfícies tiram e dão. Por um lado, são grandes máquinas de marketing, que arrastam multidões impossíveis de serem arrastadas pelo comércio tradicional — basta falarmos da televisão. Por outro lado, equipamo-nos de boas equipas comerciais, com serviços personalizados, de qualidade, profissionalismo, simpatia e produtos diferentes na relação qualidade-preço e stock para entrega imediata.”

No tema internet, “temos igualmente grandes desafios. No nosso setor temos a vantagem de o toque e os tons ‘obrigarem’ o cliente a sentir ao vivo e a cores as suas escolhas e combinações para a sua casa. Ainda não temos loja online, mas o crescimento das vendas online em Portugal, todos os anos, é assustador e obriga-nos a estar presentes, a investir tempo e, felizmente, também fazemos muitas vendas em contacto digital com o cliente. O cliente contacta a Grésdias e depois fazemos atendimento pelas vias digitais… graças à nossa equipa comercial, temos muitas vendas ‘online’, mas preferimos a visita do cliente; só assim o podemos entender e sentir qual a melhor forma de o servir melhor.”

Nos últimos anos, Almeirim cidade e o concelho têm crescido muito e, com isso, também novos desafios. “Mais pessoas, mais negócios e a necessidade de mais casas, mais arrendamento, mais remodelações — tudo isso ajuda o nosso negócio. Para além do crescimento, não podemos esquecer a qualidade de vida do nosso concelho, cada vez melhor, e as nossas vantagens geográficas em relação ao país e às vias rodoviárias, quiçá a proximidade ao novo aeroporto… a importância de estarmos ao lado da capital, Santarém… que nos torna mais atrativos e competitivos para todas as necessidades, para fazer funcionar não só as grandes superfícies, como os hospitais novos e muitas empresas e estruturas que se estão a instalar na nossa região”, sublinha Filipe.

Para fechar esta conversa, e quase em coro, Filipe e Juvenal Dias deixam uma mensagem: “Agradecemos a todos os nossos parceiros, a todos os nossos amigos (alguns de infância), a todos os profissionais que acreditam no nosso trabalho e a todos, todos os nossos clientes ao longo destes 60 anos. ‘A sorte dá muito trabalho’ e muito obrigado a todos, todos e muita saúde!!”