“É uma arte marcial que devia ser, um dia, experimentado por todos os miúdos”

Pedro Bento é instrutor no centro de Benfica do Ribatejo e foi entrevistado por Filipe Rego, no programa Mais Desporto da Almeirinense TV. Na freguesia, o desporto está bem vivo, mas tem muita margem de progressão.

No concelho de Almeirim, o karaté é uma modalidade que se pode dizer que está bem viva?

Sim. Em Benfica do Ribatejo, neste caso é onde eu estou, está bem desenvolvido. Muito graças aos karatés que nós temos por divulgar, os pais, a mensagem “boca a boca” que também é importante, nas redes sociais, etc. É importante a divulgação e acredito que, aqui no concelho de Almeirim, ainda haja mais possibilidade de haver karatés.

Ou seja, em termos gerais, mesmo tu conhecendo a realidade dos outros clubes, podemos dizer que o karaté é uma modalidade com muitos praticantes?

Ainda não. Acredito que eu e os meus colegas de trabalho entre aspas, por assim dizer, temos capacidade para melhorar isso. Acho que é uma modalidade que, aqui em Almeirim, há uns anos já esteve melhor e acredito que, no futuro, consigamos que a modalidade dê um grande salto aqui em Almeirim, porque acho que é importante. É uma arte marcial e acho que é uma ferramenta que os encarregados de educação deviam experimentar com os seus filhos. É uma modalidade que, acima de tudo, mete disciplina. Aliás, há as cinco massas do karaté: caráter, sinceridade, etiqueta, esforço e autocontrolo. Acho que é uma arte marcial que devia ser, um dia, experimentado, principalmente, por todos os miúdos.

Porquê em Benfica do Ribatejo?

Comecei em 2008 a fazer karaté no Centro de Karaté, aqui em Almeirim, com o instrutor Pedro Dias. Fui para o karaté porque os meus amigos andavam lá. Depois estive lá uma época. Em 2009, o meu pai foi trabalhar para Lisboa e, até hoje, estamos numa associação que, como referiu, é a ANAM (Associação Nacional Artes Marciais). E hoje estamos muito bem inseridos nessa associação e, graças ao meu instrutor João Cardiga, é que também sou o instrutor que sou em Benfica do Ribatejo e em Constância e também treino em Odivelas. É um esforço que eu faço todas as semanas ir lá treinar.

Em Benfica do Ribatejo, quais são, na realidade, os objetivos que vocês traçam para uma temporada de karaté?

É sempre realizar no fim da época, exame de graduação, que é passar de cinto. Eu acho que aí é um ponto que qualquer instrutor sente-se feliz de cada karateca ter alcançado o objetivo. Durante a época, temos alguns campeonatos, agora com a pandemia não há, mas temos alguns campeonatos, também, há cerca de dois/três anos. Apostei em três/quatro alunos meus para o Regional da Federação e consegui um grande resultado. O melhor resultado que tive até hoje fora da Associação foi de um aluno meu, o Tiago Branco, que foi vice-campeão regional de comité.

A pandemia foi uma das situações que afetou bastante o karaté?

Afetou bastante. Eu, pessoalmente, tive dificuldades em dar aulas pelo Zoom. Estar a explicar a uma criança, por exemplo, que não é o braço direito, mas sim o outro direito, é complicado. Foi uma fase complicada. Correu bem.

Mesmo com estes levantamentos, ainda sentes dificuldades?

Agora não. Pensava que ia ter mais dificuldades quando a gente regressasse ao presencial, mas por acaso não tive grandes dificuldades. 

Existem várias variantes do karaté. O Pedro fala no shotokan. Qual é a grande diferença entre as diversas variantes que existem no karaté?

O estilo de karaté que nós praticamos é o Shotokan. Existem vários estilos: o Goju-ryu, o Shito-ryu, o Wado-ryu, entre outros. O Shotokan é um estilo, digamos, o que a história diz é… Não é agressivo, mas os outros são assim um pouco mais soft. O nosso é mais duro.