E agora?

Em todas as eleições se deseja, para além de se vencer, que a abstenção diminua, que a população vá exercer o seu direito e dever de VOTAR. Pois, nestas eleições de 10 de março, foi precisamente isso que aconteceu, a abstenção diminui e foi expressa a vontade dos que delas fizeram parte, como não acontecia há muito.

Posto isto, os resultados, esses raramente são o que se espera, pois os votos são a declaração de opinião de cada um, e esta está diretamente relacionada pela percepção e interpretação das propostas, assim como da vivência de cada eleitor.

Agora, é interpretar os resultados e procurar consensos necessários para Portugal, para os portugueses e para a gestão do País, mas não deve ser a qualquer custo. Nenhum voto deve ser desconsiderado, mas o nosso sistema eleitoral não é assim, pois permite que, nestas eleições, cerca de 600 mil votos, não tenham representação na Assembleia. Olhando os números de forma geral, os cerca 800 mil votantes que foram votar, face às eleições de 2022, ficaram sem representação, e quase que dá a sensação de não ter valido a pena votar. Quem sofre mais com este sistema são os círculos eleitorais com menor população, logo com menor número de representantes, e com a consequência de ficarem ainda mais esquecidos, com menos capacidade de atrair população, seja para permanecer, regressar ou deslocar-se.

No entanto, todos os partidos deveriam ter sempre em consideração esta ausência de representatividade em cada um, e procurar diminuir este sentimento, trabalhando localmente com as suas estruturas e pessoas. Esta ligação é fulcral, não só para as populações sentirem-se representadas a nível nacional, como saber que existem preocupações locais.

Acredito que há pessoas válidas em todo lado e com disponibilidade para melhorar a sociedade, só precisam de se mostrar!

João Vinagre – CDS Almeirim