Comissário Europeu e Ministro da Agricultura inauguram FNA 25 e apelam à renovação geracional

O Comissário Europeu da Agricultura e Alimentação, Christophe Hansen, e o Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, inauguraram hoje, 7 de junho, a edição de 2025 da Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo (FNA 25), que decorre até 15 de junho, no CNEMA, em Santarém. Este ano, o certame tem como tema central as biosoluções, reforçando a aposta na sustentabilidade do setor agroalimentar.

A cerimónia de abertura contou com a presença de autarcas, deputados nacionais, eurodeputados e representantes de associações e confederações do setor agrícola.

Durante o discurso inaugural, Christophe Hansen afirmou que é fundamental “manter o setor agroalimentar da União Europeia forte, competitivo, sustentável e bem preparado para o futuro”, apontando a simplificação dos processos administrativos como uma prioridade: “A redução dos encargos administrativos representa um reforço da competitividade do setor, com menores custos e melhor utilização dos recursos”, referiu o Comissário.

A renovação geracional foi outro tema em destaque, com Hansen a alertar que a idade média dos agricultores na UE é de 57 anos, sendo que menos de 4% tem menos de 40 anos. O Comissário adiantou ainda que a futura Política Agrícola Comum (PAC) manterá os pagamentos diretos como principal apoio, mas com uma distribuição mais direcionada: “A futura PAC deverá prestar especial atenção aos jovens e novos agricultores, às pequenas explorações familiares e aos produtores em zonas com condicionantes naturais”.

Já o Ministro José Manuel Fernandes defendeu uma visão da agricultura como setor inovador, sustentável e competitivo, repudiando “as mensagens erradas que tentam retratar a agricultura como uma ameaça”. Reforçou também a necessidade de atrair jovens para a profissão, lembrando que “o rendimento médio de um agricultor português é 40% inferior ao das restantes profissões”.

Sobre os desafios administrativos, Fernandes apelou à urgência da simplificação de processos e maior eficácia nos apoios: “Menos burocracia significa maior competitividade e uso mais eficiente dos recursos”, declarou.

O Presidente da CAP e do CNEMA, Álvaro Mendonça e Moura, usou a ocasião para destacar os 50 anos da Confederação e o papel dos agricultores na consolidação democrática do país. Deixou ainda três alertas principais aos decisores políticos: A necessidade de reforçar os recursos próprios da União Europeia, sem diluir o orçamento da PAC; A urgência de executar políticas públicas, especialmente no acesso à água: “Com água, os agricultores produzem”, sublinhou; E a importância de tornar os serviços do Ministério da Agricultura mais eficientes.

    “Não há sobrevivência possível sem mais jovens na agricultura, e isso só se consegue com melhores rendimentos, acesso à água e serviços de proximidade”, concluiu.