O atleta de Almeirim, Pedro Bento, concluiu com sucesso mais uma das suas grandes aventuras solidárias, ao pedalar sozinho cerca de 5.000 quilómetros, desde o Cabo das Agulhas, no extremo sul de África, até ao topo do Kilimanjaro, na Tanzânia, a montanha mais alta do continente, com 5.890 metros de altitude.
Sem qualquer apoio externo durante a viagem, Pedro Bento transportou consigo todo o material necessário, desde alimentação e tenda a ferramentas e equipamentos. Contou apenas, na derradeira etapa da subida, com a presença de guias locais certificados, obrigatória por questões de segurança.
“Há muito tempo que pensava em fazer uma aventura solidária em África e este ano consegui reunir todas as condições para isso. Como sempre fui impulsionado por desafios que colocam à prova os limites físicos e mentais, o BakonBike Kilimanjaro surgiu da vontade de criar algo único, que ligasse dois pontos emblemáticos de África, do extremo mais a sul ao ponto mais alto do continente”, afirmou em declarações à agência Lusa.
A iniciativa teve como objetivos apoiar Constança, uma menina com síndrome de Rett, que necessita de terapias contínuas, e contribuir para a reconstrução de uma escola no Nepal, que garanta às crianças locais acesso a material escolar básico.
“O impacto que procuro vai para além do desporto. É também uma forma de sensibilização, que visa mostrar que a resiliência e o esforço pessoal podem inspirar outros e abrir caminhos para ações concretas”, acrescentou o atleta de Almeirim.
A preparação para o desafio envolveu meses de treino físico e psicológico, bem como uma intensa logística relacionada com fronteiras, vistos, vacinação e adaptação de equipamento para enfrentar terrenos distintos.
Esta foi já a quarta aventura solidária de Pedro Bento, depois do BakonBike Nepal, BakonBike Everest e de ter pedalado, em 2023, cerca de 10.500 quilómetros entre o Equador e Ushuaia, no extremo sul da América Latina, no âmbito do projeto “1 euro por 1 quilómetro”.
As suas aventuras, que puderam ser acompanhadas nas redes sociais, têm sido marcadas pela transparência na angariação e aplicação de fundos e pelo impacto solidário que procuram gerar.
Pedro Bento sofreu um grave acidente de mota em 2017, que poderia tê-lo deixado numa cadeira de rodas. Contra todas as previsões médicas, recuperou, voltou ao desporto e passou a transformar cada desafio pessoal numa missão solidária.
“Juntos, podemos criar uma onda de solidariedade que fará a diferença”, conclui.