Portugal quer melhorar classificações no primeiro Mundial de ‘trail’ na Ásia

Portugal quer melhorar no campeonato do mundo de ‘trail running’ as suas anteriores classificações, na primeira edição da competição que vai juntar as corridas de montanha, no sábado, em Chiang Mai, na Tailândia. Miguel Arsénio, natural do concelho de Almeirim, é um dos atletas que vão representar Portugal nesta competição.

“Este formato é estreante nos campeonatos do mundo e combina os estilos ‘trail’ e montanha, sendo que no ‘trail’ vão coexistir duas distâncias também pela primeira vez”, conta à agência Lusa, desde a Tailândia, José Carlos Santos, referindo-se ao formato que vai ser adotad na prova e que prosseguirá na Áustria, em Innsbruck, para o próximo ano.

O selecionador de ‘trail’, ou corrida por trilhos, referiu que o objetivo passa sempre por melhorar o que já se conseguiu, lembrando a melhor classificação coletiva masculina (quinto lugar em 2016 e 2019) e feminina (sexto em 2016).

“São excelentes resultados e não é fácil melhorá-los, há seleções com muito mais história no ‘trail’ do que nós, sobretudo na Europa. Há sempre seis, sete seleções muito fortes, com grandes aspirações, como Espanha e França, que têm alternado os pódios coletivos nas últimas edições, mas também os Estados Unidos, a Inglaterra, a Suíça ou a Itália”, elencou.

Individualmente, Hélio Fumo, atleta português que obteve as melhores classificações individuais de sempre, é aquele em quem se deposita mais esperanças, sendo que, por iniciativa própria, está na Tailândia há mais tempo (cerca de uma semana e meia) para uma melhor adaptação às condições.

“Pode ser uma vantagem, mas todos estão em condições de representar muito bem Portugal, como o têm feito nos últimos anos”, disse o responsável técnico.

O selecionador salientou haver “algum nível de incerteza, porque é a primeira vez que uma prova se realiza na Ásia, com condições de clima a que as seleções europeias não estão habituadas, com muita humidade e uma temperatura muito elevada, mas será igual para todas, pelo menos para essas seleções”.

As seleções asiáticas, “também representadas em bom número, terão uma palavra a dizer”, com a vantagem de correrem em casa e mais habituadas ao clima.

Portugal chegou à Tailândia a meio desta semana, pelo que “não houve possibilidade de fazer reconhecimento do percurso” nem estagiar no local.

José Carlos Santos considerou as provas “duras em termos de desnível médio, mas, para o ano, na Áustria, serão muito mais”.

“Não nos parece que seja uma prova muito técnica, muito exigente a esse nível, e penso que será uma prova relativamente rápida, tendo em conta as distâncias”, disse.

São 15 os convocados, sete homens (Dário Moitoso falha a prova por lesão) e oito mulheres.

Para a prova de ‘trail’ de 38 quilómetros, estão convocados os atletas masculinos Bruno Silva, Hélio Fumo e Pedro Barros e as atletas femininas Inês João, Mariana Machado, Mary Vieira e Nádia Casteleiro.

Para a variante mais longa, o ultratrail de 78 quilómetros, foram chamados os atletas masculinos Bruno Sousa, Carlos Ferreira, Hugo Gonçalves e Miguel Arsénio e as atletas femininas Cristina Arreiol, Inês Marques, Lucinda Sousa e Paula Barbosa.

Partem quatro atletas e contam os três melhores tempos para a classificação coletiva.

Paralelamente, haverá também uma corrida de montanha, para a qual estão convocados os atletas Carlos Lopes para a variante ‘classic up & downhill’, e Joana Soares, José Carvalho, Paulo Macedo, Tiago Pereira e Rui Muga para a variante ‘uphill’.

As provas realizam-se no sábado, com partidas desfasadas por uma hora.

A última edição do Mundial foi disputada em Miranda do Corvo, em 2019, quando Hélio Fumo foi 10.º e Mary Vieira 33.ª, na segunda vez que Portugal recebeu a competição de ‘trail’, depois de, em 2016, ter sido disputado em Braga.