Três Carapaus regressam com “Indecisa Oficina Musical”

Telmo e Tiago Marques relevam pormenores de um espetáculo que vão apresentar no próximo dia 21 de julho, no Cine-Teatro, em Almeirim. Aqui antecipamos este regresso, com detalhes que os dois desvendam.

Como surgiu esta ideia de fazer regressar o projeto dos 3 carapaus?

(Tiago) – Este ano, comemoramos 25 anos da estreia deste projeto, e essa foi a principal motivação para o recordar. Foi um projeto muito pessoal para nós, podemos dizer que era uma banda familiar, constituída por dois irmãos e um primo. Embora a maioria dos temas sejam da minha autoria foram amadurecidos por mim e pelo Pedro Azinheira, e resultam de exercícios de composição na guitarra que fizemos na nossa juventude.

Vão mudar o nome?

(Telmo) – Não é tanto uma questão de mudar de nome, mas mais a forma de assumir este repertório. Os três carapaus são irrecuperáveis tal como existiam originalmente, uma vez que os seus membros estão agora mais afastados no tempo e no espaço. Por outro lado, o património musical dos três carapaus parece-nos que tem ainda um lugar na atualidade, e alguns detalhes de composição que nos orgulham muito. Assim, decidimos recuperar este repertório, mas inseri-lo no nosso novo projeto que se chama Indecisa Oficina Musical.

Qual a escolha e porquê?

(Tiago) – O novo projeto chama-se “Indecisa Oficina Musical”. Indecisa porque se dedicará a vários repertórios sem ligação entre si, registos diferentes, estilos diferentes. Oficina musical porque pretendemos incluir várias pessoas, desafiar e convidar outros músicos a tomarem parte connosco nas experimentações que temos previstas.

As sonoridades serão as mesmas?

(Tiago) – Um dos projetos da Indecisa Oficina Musical é justamente este repertório dos três carapaus, que por um lado, mantém a sonoridade, mas sempre aberto a novas interpretações. Por outro lado, existem outros projetos com sonoridades distintas que gostaríamos de vir a apresentar nos próximos anos. Um deles um pouco mais soul e outro mais músicas do mundo, mas quando lá chegarmos falaremos melhor sobre isso.

Qual foi a última vez que se apresentaram nesta formação em público?

(Telmo) – Na verdade, esta formação nunca se apresentou em público. Originalmente, em abril de 1998, éramos três, eu o Tiago e o Pedro, e esta formação deu apenas dois concertos. Depois o João Manso juntou-se à formação, assumindo o baixo, e esta foi a formação oficial até ao final. Em 2000 demos um concerto chamado “Última vez”, no auditório da biblioteca, assumindo que não conseguiríamos continuar devido a indisponibilidade dos elementos. Em 2008 juntámo-nos para um concerto de celebração dos 10 anos da estreia, desta vez apenas com a formação original. Agora estendemos o conceito de banda familiar ao máximo incluindo os nossos tios, José Manuel Campos (teclados) e Paulo Campos (baixo), o nosso primo João Campos (guitarra) e a nossa irmã Joana Marques (voz). Será uma oportunidade única e difícil de repetir.

Agora dia 21 o que prometem?

(Telmo) – Uma grande celebração musical onde será evidente a cumplicidade humana em palco. Este repertório nunca soou tão completo e maduro como desta vez, fruto do contributo inestimável dos nossos convidados e cúmplices. Conseguimos recuperar praticamente todos os temas para os apresentar como nunca foram ouvidos. Prometemos em palco o que queremos ver na plateia – alegria e conexão.

Que espetáculo estão a preparar?

(Tiago) – Um espetáculo musical com vários ambientes, ritmos e harmonias diferentes. O repertório original já tinha este potencial oscilando entre diversas paisagens musicais, entre pop, rock, jazz, bossa-nova, funk… Estamos a desenhar um alinhamento que proporcionará uma viagem muito completa pelo universo musical que fomos construindo, em que habitam letras que contam histórias de amor, de procura do sentido da vida, de aspetos do quotidiano, entre outros.

Como têm corrido os ensaios?

(Telmo) – Muito bem! Os primeiros foram um pouco mais rudimentares, mas o empenho de todos os músicos envolvidos e a ajuda das novas tecnologias têm permitido avançar com bom ritmo. Alguns convidados não vivem em Portugal, o que dificulta um pouco as coisas, mas conseguimos desenvolver modelos de colaboração à distância que se têm revelado muito eficazes. Claro que isto só acontece porque é uma equipa (família) fantástica, extremamente motivada.

Admitem outros concertos?

(Tiago) – Sim, claro! Para já continuaremos a apresentar este repertório dos três carapaus, embora possa sofrer ajustes no número de instrumentos, desde formas mais completas e participadas e outras mais minimalistas. E no futuro pretendemos apresentar material novo e inédito, que ainda precisa de finalização e ensaios. Esperamos poder apresentar esse espetáculo em 2024.