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Sociedade

ZERO denuncia gestão ilegal de resíduos no aterro da Raposa

Por: Inês Ribeiro 05 de Dezembro, 2025 2 Minutos de Leitura

A associação ambiental ZERO denunciou esta sexta-feira, dia 5 de dezembro, o projeto colocado em consulta pública pela CCDR de Lisboa e Vale do Tejo para o aterro da Raposa, gerido pela Ecolezíria. Em declarações à Agência Lusa, a ZERO considera que a iniciativa constitui “um grave atentado ambiental” e viola a legislação em vigor.

De acordo com a associação, a consulta pública, que terminou no dia 27 de novembro, integra a previsão de deposição, nos próximos anos, de mais de um milhão de toneladas de resíduos urbanos no aterro da Raposa. A ZERO sublinha que grande parte destes resíduos são orgânicos e não recebem qualquer tratamento prévio, o que é proibido por lei, pois a mesma obriga à triagem e tratamento antes da deposição em aterro.

A organização alerta para os impactos decorrentes desta operação, como a libertação de odores, a proliferação de vetores de doença, a produção de lixiviados e o aumento das emissões de gases com efeito de estufa.

Dados da Agência Portuguesa do Ambiente, citados pela ZERO, revelam que, em 2024, a Ecolezíria encaminhou para o aterro da Raposa mais de 85% dos resíduos recolhidos nos concelhos que serve, o que equivale a cerca de 57 mil toneladas, sem qualquer tipo de tratamento. A associação sublinha que estes números colocam o sistema entre “os piores do país”.

Face ao cenário descrito, a ZERO defende uma mudança profunda na gestão de resíduos da região. Entre as medidas propostas estão a recolha seletiva porta-a-porta, a implementação do tarifário PAYT (Pay as You Throw), obrigatório para o setor não doméstico desde janeiro de 2025, e a instalação de uma unidade de tratamento mecânico e biológico que permita processar a totalidade dos resíduos indiferenciados. A associação estima que estas soluções poderiam desviar cerca de 70% dos resíduos atualmente enviados para aterro.

A contestação local ao aterro da Raposa tem vindo a intensificar-se. Depois de um incêndio ocorrido a 23 de abril no recinto, um grupo de moradores do concelho de Almeirim lançou uma petição, que já ultrapassa as 600 assinaturas, a denunciar anos de maus odores, perda de qualidade de vida e ausência de respostas por parte da empresa gestora.

Em setembro, em declarações à Agência Lusa, Filipe Casimiro, um dos porta-vozes do movimento de cidadãos, afirmou que “não existem respostas, datas ou planeamento estratégico” sobre o futuro da infraestrutura, acrescenta ainda que a população se sente “desconsiderada”.

Questionada anteriormente pela Agência Lusa, a Ecolezíria indicou que o encerramento definitivo do aterro está previsto para os “próximos meses”, embora dependente da quantidade de resíduos produzidos pelos municípios aderentes. A empresa adiantou ainda que aguarda conclusões técnicas, a divulgar após as eleições autárquicas, que vão orientar as próximas decisões do futuro conselho de administração.

A Ecolezíria é a empresa intermunicipal responsável pela gestão e valorização de resíduos urbanos em Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos, abrangendo mais de 120 mil habitantes.

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