Burla em tribunal sem consequências políticas para já

O Ministério Público diz que o jovem político, o advogado Joaquim Pisco e a sua mulher, tia do militante do PS, montaram um esquema para enganarem duas idosas irmãs, que estavam doentes, e ficarem com as casas delas, revelou o Jornal O Mirante.

O semanário regional informou que o presidente da Juventude Socialista de Almeirim estará envolvido num esquema com o tio, advogado, e a então mulher deste, para se apropriarem das casas de duas irmãs idosas, que estavam acamadas.

Joaquim Gomes e o advogado Joaquim Pisco vão começar a responder, cada um deles, por dois crimes de burla qualificada, enquanto a mulher do advogado e tia do líder da JS está acusada de um crime de burla qualificada.

O nosso jornal contactou os dois principais visados neste caso que para já não fazem comentários, apenas no Facebook, Joaquim Gomes escreveu que “se há algo que faço e vou continuar a fazer é dormir de consciência tranquila. Citando Churchill, “a verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas no fima: lá está ela.”

Em termos políticos não haverá consequências no imediato, Joaquim Gomes contínua a merecer em Almeirim e no Distrito a confiança dos camaradas, tendo recebido mensagens de confiança e a garantia, que até o caso ser julgado, se manterá em funções. Com se aproxima um ano com eleições autárquicas pode até partir do próprio a recusa para integrar posições elegíveis. Joaquim Gomes integra ainda a Assembleia de Freguesia de Almeirim.

Ainda segundo escreve o Mirante, a idosa mais nova, na altura com 66 anos, vendo o seu estado de saúde a agravar-se e temendo não ter condições para continuar em casa, contactou o advogado para que este a ajudasse a entrar no lar. Refere o Ministério Público que a idosa tinha confiança em Joaquim Pisco, conhecendo-o há cerca de dez anos.

A investigação apurou que a idosa pediu ainda ao advogado para que este cuidasse da sua casa quando fosse para a instituição, para que o imóvel não ficasse ao abandono e para que estivesse em condições quando o filho dela regressasse da Holanda, onde estava emigrado.

Segundo a acusação, acrescenta o diário, o advogado predispôs-se a ajudar, dizendo que conhecia pessoas no lar e que ia tratar de tudo para que ingressasse no Lar de S. José.

Na sequência da conversa, o advogado terá abordado a irmã desta, que vivia na mesma casa, propondo-lhe também intervir para que pudesse ir para o lar.

Só que para o Ministério Público esta foi a oportunidade para o advogado, com a ajuda da mulher e do sobrinho desta, se apoderar de dois apartamentos, um na Rua Dr. Ernestino da Conceição Rodrigues, junto à Escola Febo Moniz, e outro na Rua Vinha do Santíssimo, sem nada pagar.

No dia 13 de Novembro de 2013, os três arguidos deslocaram-se à Conservatória do Registo Predial de Alpiarça, e o advogado adquiriu por 20 mil euros o direito de superfície da casa da Rua Dr. Ernestino da Conceição Rodrigues. No mesmo dia a mulher do advogado, na mesma conservatória, adquiriu o apartamento da outra idosa, por 30 mil euros.

Em ambos os casos, o líder da JS de Almeirim, enquanto procurador das idosas, declarou que já tinha recebido o dinheiro para as suas representadas, mas nada foi pago, segundo apurou o Ministério Público.

A acusação, diz também o jornal, o advogado aproveitou-se da debilidade e fragilidade física, psicológica e emocional das irmãs, que estavam doentes e tinham uma fraca escolaridade, tendo ainda feito valer-se do facto de conhecer as idosas há largos anos. As idosas acabaram por ingressar no lar do Centro Paroquial de Almeirim, mas por intervenção de uma amiga de ambas.