Os angustiados, por Sandra Fé Fernandes

Foi nos momentos mais duros da minha existência, que recebi as mais poderosas lições de como ser gentil. Se por um lado, sofri bastante , por outro, sou grata por começar a visualizar certos acontecimentos com um novo e renovado sentimento. Aprendi que só damos o que temos no nosso interior e quando o retorno é amor e verdade, com toda a certeza, o nosso coração está apenas a dar o que de melhor tem dentro.

Estamos a viver um tempo farto de dor… de angústia… de impaciência… de desrespeito… de ganância…

Ninguém ouve o bom senso, a boa educação e resolvem tudo no conflito. Um simples cumprimento, de bom dia ou obrigado, trocou-se por palavras mudas, expressões tristes e pesadas. Existe dificuldade na espera de algo, ninguém tolera nada! Valham-nos os que trazem a boa energia e nos contagiam com ela.

Bem hajam aqueles que enfrentam as lutas e ainda conseguem auxiliar os outros a enfrentar as suas. Bem aventurados aqueles que oferecem sorrisos e são gratos em receber iguais sorrisos, como troca. Abençoados são, os que saúdam e agradecem usando a boa educação, em vez de antipatia e o sentimento de superioridade. Aclamada e aplaudida seja sempre a união que respeita o equilíbrio emocional e físico de cada ser humano.

Quando tiramos toda a carga negativa de cima, começamos a observar a vida muito mais colorida e fantástica.

O nosso brilho natural começa a renovar todas as nossas células e todos se sentem bem ao nosso redor. 

Sabem aquele alguém ,

Que passa os dias angustiado,

Que não é gentil para ninguém, 

E anda sempre zangado.

Aquele que gosta do mau agrado,

E parece disso , não cansar,

Só dá uso a palavras negativas,

Que se educou a usar.

Nunca nada está a seu jeito,

Explode onde tiver de esperar 

Qualquer resposta às suas agonias,

São gatilhos armadilhados,

Prontamente a disparar.

Vive em tremenda aflição,

Desapegado do seu interior,

Não se ama a si próprio,

Nem a ninguém ao seu redor.

Na confusão se aninha,

Da discórdia se alimenta,

É um corpo solitário ,

Que aquela alma sustenta.

Não usa palavras agradáveis,

Mas invoca ao céu,

Que afaste os inimigos,

Com quem já se debateu.

Solicita misericórdia,

Suplica que seja ajudado,

Mas por onde vagueia,

Semeia veneno por todo lado.

Encontra-se perdido,

Anseia de uma mão,

De um ombro amigo,

Que o liberte desta prisão.

Entrou naquela cela fria,

Não consegue a liberdade alcançar,

Acha que todo o mundo se uniu,

No intuito de o atacar.

Casulo infernal,

Onde hiberna desolado,

Até que se demita desta sentença,

Será um eterno aprisionado.