Paulo Frutuoso: “Na hora de comprar ou vender casa, seja exigente”

O projeto Home nasceu em 2019, contudo, começou a ganhar vida ainda em 2018. A empresa foi oficializada e revelada nas redes sociais a 2 julho 2019 e a abertura da primeira agência, no Parque das Laranjeiras, a 2 de setembro desse ano. Paulo Frutuoso é o rosto deste projeto e que vamos conhecer melhor.  

Quantos colaboradores tem?

De momento, contamos com cerca de 30 colaboradores diretos, entre eles: Gestores Processuais e Consultores Imobiliários, no conjunto das três Agências. Depois temos toda uma panóplia de pessoas associadas à nossa Empresa, desde Contabilidade, Departamento Jurídico, Departamento Financeiro, Marketing/Comunicação e Prestadores de Serviços que trabalham connosco em diversas situações, nomeadamente, obras, limpezas, etc.

Quais os locais onde têm instalações?

Atualmente, estamos presentes em Almeirim, Santarém e Porto. Contamos com três agências franchisadas que exercem a atividade de mediação imobiliária em diversos concelhos e distritos, de Norte a Sul do país. No passado ano de 2022, transacionámos imóveis não só na nossa zona de ação, mas também em zonas como Lisboa, Seixal, Sintra, Albufeira, somos cada vez mais, uma referência do setor imobiliário, o que nos permite chegar a outras zonas.

Como tem corrido este desafio?

Tem sido, como bem dizes, um desafio. Desafio em querer ser mais e melhor, em querer ser diferente, em querer primar por um serviço de excelência. Mais que vender e crescer, quero criar carreira e um legado no imobiliário. O imobiliário é um negócio de pessoas, para pessoas e, cada vez mais, o serviço imobiliário vai além do que o que o dinheiro pode comprar. As empresas, hoje, estão todas elas munidas das mesmas ferramentas, independentemente, das marcas, a diferença está nas pessoas que as representam e no investimento que as pessoas e as marcas fazem na sua própria publicidade, e como se colocam no mercado. Esse investimento acaba por ser o reflexo da publicidade que fazem das casas dos clientes, que são o bem material mais precioso que têm, assim sendo, merece ser respeitado.

O último ano correu bem?

Correu dentro dos objetivos propostos, algo que nos deixa felizes, contudo, inconformados, fica um sentimento de que poderíamos ter feito mais e melhor, no entanto, assumo que esse é um defeito meu, que acabo por nunca estar satisfeito com os resultados conseguidos, há sempre espaço a melhorar.

O pós pandemia, trouxe também uma guerra mas o mercado imobiliário tem estado em alta. Porquê?

Sim, é um facto. Há várias opiniões e perspetivas sobre o Mercado Imobiliário, em Portugal, contudo, gosto de dar a minha, de forma simples e clara. Somos o melhor país do mundo para se viver, aliando segurança, saúde, custo de vida, gastronomia, clima e valor dos imóveis. Por outro lado, temos um maior êxodo urbano, criado no pós pandemia, onde as pessoas passaram a olhar para as casas de forma diferente, onde ganharam uma maior relevância as despensas, arrecadações, varandas e logradouros, tendo incentivado, assim, a uma maior fluxo de troca de casa. Por fim, a falta de Imóveis em venda, torna o processo de venda mais rápido e por valores mais apelativos para quem vende.

Em particular, na nossa zona, esse crescente também se sente?!

Sim, sem dúvida, este crescimento deve-se, sobretudo, à bolha imobiliária que rebentou em Lisboa e arredores e que provocou um verdadeiro efeito tsunami. Ou seja, quem mora em Lisboa, vende, gera mais-valia e acaba por comprar em Alverca/Carregado, sendo que, quem vive em Alverca/Carregado, vende, gera mais-valia e compra em Cartaxo/Santarém/Almeirim, e assim sucessivamente. Temos ainda alguns clientes estrangeiros que acabam por se deslocar para a nossa zona, principalmente, Brasileiros e Angolanos, no entanto, este tipo de cliente tem, por norma, recurso a Crédito Habitação, entre os 70% e os 80%. Há ainda os nossos clientes locais, que acabam por vender apartamentos, gerar mais-valia, e, posteriormente, optar por construir ou adquirir Moradias nas Freguesias ou até concelhos fronteiriços, tais como, Alpiarça.

É o efeito da mercadona?

Não me parece, o efeito mercadona, a meu ver, não será assim tão impactante, até porque grande parte das pessoas qualificadas que vão assumir cargos nas bases logísticas, certamente serão pessoas que trabalham em empresas similares na zona, como Monliz, Compal, Bonduelle, etc… Sendo que os trabalhadores fabris, digamos, certamente serão com recurso a empresas de trabalhos temporário, onde conseguem mão de obra mais barata, infelizmente é uma realidade, ou então com recrutamento nas empresas que referi anteriormente, ou similares, na zona. Contudo, a criação de empresas e emprego é sempre importante para o desenvolvimento das cidades. No entanto, a meu ver, a mais valia da cidade de Almeirim é, sem dúvida, o facto de ser uma cidade plana, moderna, virada para a prática da mobilidade, proximidade ao comboio e todos os acessos rodoviários que foram criados em torno da cidade.

Criamos condições para podermos crescer de forma sustentada.

Temos e vamos ter falta de casas?

Já temos falta de casas e iremos continuar a ter. No entanto, estão diversas construções de prédios, em Almeirim, em fase de licenciamento, contudo, não é uma solução para o imediato, e sim para um período entre 18 a 24 meses. Estas construções deveriam ter arrancado há dois anos, para hoje estarem concluídas e vendidas, até porque na incerteza em que vivemos, não se sabe o estado do mercado imobiliário daqui a 6 meses, quanto mais a 24 meses.

Quais os desafios para este sector no futuro próximo?

Desafio será, perceber efetivamente, os efeitos do aumento do custo de vida das famílias, taxas de juro, entre outros. Que impacto terá no acesso ao crédito, por parte dos nossos jovens. O aumento de problemas conjugais e pontos de rotura, devido ao sobreendividamento das famílias, situações sempre muito difíceis e específicas de gerir. O mercado imobiliário é das atividades mais complexas, temos de estar preparados todos os dias, a todos os níveis.

E para a Home?

Quanto a nós, estamos tranquilos e preparados, contamos com uma equipa de profissionais qualificados, munidos de todas as ferramentas tecnológicas para desenvolver a atividade profissional e, sobretudo, estamos motivados em querer ser a solução para a resolução de problemas, ou realização de sonhos. Apesar da incerteza em que vivemos, fizemos para este ano de 2023, um investimento fortíssimo em posicionamento de zona, de forma a mostrar a todos os nossos clientes e parceiros que estamos presentes, quer seja em casa, no carro ou café, queremos estar na cabeça das pessoas diariamente, queremos que olhem para nós como a solução. E para ser a solução, a mensagem que passo à nossa Equipa é que mais que bons profissionais, sejam boas pessoas, tenham humanidade, honestidade e sejam sinceros com o cliente, se assim for ,não temos de ter receio do futuro.

Uma última mensagem a quem estiver a pensar comprar uma casa ou vender a que tem?

Na hora de comprar ou vender casa, seja exigente na escolha de um profissional imobiliário, vender ou comprar um imóvel não tem de ser um transtorno. Como frisei anteriormente, mais que escolher uma marca, escolha um consultor que seja digno de o representar e defender os seus interesses. Escolha um especialista, alguém que conhece o mercado, que está acompanhado de referências de zona e que privilegia uma boa relação entre colegas, mesmo que de outras agências.