40 anos da morte do Major Caetano

No dia 8 de dezembro assinalaram-se 40 anos da morte do Major Caetano. Figura incontornável da história do concelho. Muitos associam-no à liderança no U. Almeirim, mas há muito mais. 

As gerações mais novas não saberão, mas a morte do Major surgiu na sequência de uma tragédia no Rio Tejo. Na altura, o Jornal O ALMEIRINENSE descreveu que o acidente aconteceu “quando um grupo de oito caçadores, tentaram, de barco a motor, atravessar o Tejo no sítio do Patacão, freguesia e concelho de Alpiarça, aquele voltou-se projetando o Rio todos os seus ocupantes. Deles apenas cinco se salvaram.”

Dentre estes contava-se o Major António Fernando Caetano, de 41 anos de idade que pelo seu casamento, se havia radicado em Almeirim. O seu corpo só três dias mais tarde havia ser encontrado, no Mouchão do Inglês, e após aturadas pesquisas levadas a efeito com a maior dedicação pelos Bombeiros de Alpiarça, de Almeirim e de Santarém, militares da E.P. de Cavalaria, fuzileiros, mergulhadores e helicópteros.

O corpo foi levado para a Casa Mortuária do Hospital de Almeirim e daí transladado para a Igreja Paroquial de Almeirim onde esteve em câmara ardente, com honras militares prestadas por Militares da E.P.C., e onde foi celebrada a Santa Missa com uma assistência que não só enchia, por completo, todo o Templo, como se espalhava pelas ruas limítrofes. A cerimónia religiosa foi presidida pelo Padre Garcia, Prior da freguesia de Almeirim, concelebrando os Rev. dos Senhores Padre Filipe do Rosário, Padre José Bernardo Gonçalves, Padre José da Graça e pelo Capelão da E.P.C.

Após esta cerimónia tentou organizar-se o Cortejo Fúnebre o que logo se mostrou impossível pelos muitos milhares de pessoas que nele incorporaram e que paralisou o trânsito em todas as ruas da vila, encerrando o comércio local as suas portas.

A urna coberta com a Bandeira Nacional e seguida por um oficial que levava as condecorações, a espada e o boné do falecido, chegou ao cemitério onde lhe foram prestadas as honras militares do estilo. 

António Fernando Caetano era casado com Maria Manuela Pinheiro Branco Caetano, pai de Teresa Margarida, António Manuel e Luís Diogo.

O Major Caetano frequentou o Liceu de Santarém, onde tirou o 7º ano, seguindo para a Academia Militar.

A vida militar passou-a toda na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, com excepção dos quatro anos que esteve no ultramar (dois em Moçambique e dois na Guiné), um em Santa Margarida e outro nos Altos Estudos Militares, onde mais uma vez se encontrava presentemente. 

Profissional brioso, disciplinado e disciplinador podemos afirmar que só tinha Amigos quer entre seus superiores, quer entre seus subalternos. 

Da sua brilhante folha de serviços constam numerosos louvores e várias condecorações entre eles a de Serviços Distintos Com Palma, a de Mérito Militar de 2º Classe, a de Comportamento exemplar e a das Campanhas Ultramarinas.