20% dos utentes da ULS Lezíria não tem médico de família

A Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria vai abrir 26 vagas para contratação de novos médicos com o objetivo de colmatar a carência destes profissionais de saúde na região. 10 destas vagas dizem respeito aos cuidados de saúde primários e 16 aos cuidados de saúde hospitalares.

“Nós temos uma carência de médicos quer de medicina geral, quer em várias especialidades. Queremos ocupar grande parte destas vagas e queremos acreditar que vamos conseguir”, disse Tatiana Silvestre, presidente da ULS.

Estas vagas pretendem colmatar a falta de médicos que atualmente existe nesta ULS, não só nos cuidados de saúde primários, mas também em algumas especialidades médicas como a cardiologia, dermatologia, gastrenterologia, obstetrícia, medicina interna, ortopedia, psiquiatria, cardiologia e urologia.

Segundo Tatiana Silvestre, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, nenhuma vaga será desperdiçada porque vão ser distribuídas de acordo com as carências de cada especialidade. A responsável revela que a falta de recursos humanos não diz apenas respeito à classe médica e afeta também outros grupos profissionais de saúde, como o pessoal de enfermagem e o pessoal técnico superior.

Para colmatar estas necessidades, a administração solicitou também vagas para quase todos os grupos profissionais de saúde, onde o desafio, de acordo com Tatiana Silvestre, não reside na “vontade dos profissionais em continuar a trabalhar no hospital, mas sim “na autorização” da tutela para os contratar.

“Nestes grupos profissionais, o problema não é tanto eles não quererem ficar connosco mas sim termos autorização para os contratar. Temos que aguardar que o plano seja aprovado pela tutela e que consigam as vagas que nós solicitámos. Se abrirmos estes concursos, penso que será fácil contratar enfermeiros e técnicos de saúde superior”, garante.

Apesar da dificuldade em fixar novos profissionais de saúde, a presidente da ULS referiu que a adesão dos médicos de medicina geral e familiar na região da Lezíria do Tejo “tem sido positiva”.

Atualmente, apenas 20% dos utentes da ULS Lezíria não tem médico de família e a expectativa é que, em 2026, todos os utentes tenham este serviço assegurado.

Além da contratação de novos médicos, estão também previstos, para os próximos meses, uma série de investimentos no Hospital Distrital de Santarém como a construção de uma nova TAC (tomografia computadorizada), financiada pelo PRR, e várias obras “prioritárias e estruturantes” no edifício hospitalar, como a requalificação da rede de água e a requalificação do quadro geral de baixa tensão.

A ULS da Lezíria do Tejo entrou em funcionamento em fevereiro e é atualmente constituído por 2.349 profissionais, dos quais 279 são médicos, 848 são enfermeiros, 158 são assistentes operacionais e 405 são técnicos de auxiliar de saúde.

Tatiana Silvestre considera que esta ULS vai ser benéfica para região, pois vai permitir uma comunicação mais eficaz entre os médicos e os restantes grupos profissionais de saúde, “que vão trabalhar de uma forma mais integrada em prol do utente”.

A ULS da Lezíria presta cuidados de saúde primários, diferenciados e continuados e a sua área de influência abrange os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém.

C/Lusa