‘Os nossos Bombeiros’, por Sandra Fé Fernandes

Reconhecer os verdadeiros heróis, sermos gratos pela entrega, bondade e profissionalismo de certos humanos, faz de nós pessoas atentas e sensíveis ao que se passa ao nosso redor.

Em tudo existe os bons e os maus profissionais, mas evidenciar o que é bom, é mais gratificante do que viver a vida toda a apontar o que é mau.

Se existem alguns que se alimentam da maldade e do sofrimento dos outros, também existem muitos que se alegram e se saciam dos bens feitos. Honrar quem nos honra, bendizer quem nos ajuda, atender quem nos atende, é como uma substância ressuscitante que é injetada no mais profundo do nosso ser, com o fim de sermos pessoas melhores. Reconhecer quem nos dá tanto, é um acto de amor.

Estes anjos enviados,
Com tanta coragem e destreza,
Que transformam as piores ações humanas,
Em atitudes de reais nobreza.
Oceanos vermelhos enfrentam,
Oprimindo o medo de se manifestar,
Reagem às entranhas do inferno,
Abraçam o dever de o cessar.
São fortes e persistentes,
Trazem no olhar a imensidão,
E o desejo de voltar a abraçar,
Os que levam no coração.
Cada sirene um sobressalto,
Acompanhado de sentida oração,
Que mais poderá valorizar este ato,
Senão a nossa pura e sincera gratidão.
São dignos de todos os aplausos
E de todo o nosso reconhecimento,
Atuam no auge do terror,
Ao som do nosso lamento.
Enfrentam o pior dos inimigos,
Em uma tão difícil situação,
Quando a própria vida,
É o escudo,
Da entrega, nesta missão.
Meu desejo mais profundo,
Acompanhado de um OBRIGADO,
A todos os bombeiros do mundo,
Um destino abençoado.
Aos seres que se divertem
A ver “cenas” arder,
Procurem apoio psicológico,
Vão ter muito para se entreter.
É natureza que se perde,
São famílias agonizadas,
Uma dor que permanece,
E aumenta com vidas ceifadas.
Em cada floresta que arde,
Ninguém vai triunfar,
Tudo são perdas terríveis,
Tristes tragédias a lamentar.
O céu azul fica cinzento,
Cinzas se infiltram no nosso ar,
Habitações consumidas,
Animais sem saída,
Por este monstro a lavrar.
Um fogo alaranjado,
Que passa sem permissão,
Díria mesmo o diabo,
Orgulhoso da devastação.
O caos instalado,
Corações desgastados,
Uma corrida contra o tempo,
Vidas e sonhos desfeitos,
Tudo queimado!
Paisagens devastadas,
Um sentimento tão triste,
Quem pode tirar proveito,
De todo este sofrimento que assiste?!
Muitos não poderão ver mais,
A tristeza que ficou,
Alguns não vão poder contar,
As marcas que o fogo deixou.
Fica eternamente cravado,
Na alma e no coração,
O sabor amargo,
De toda a destruição.
Bem haja a todos os bombeiros,
E à sua digna profissão,
Como a todo o voluntariado,
Todo o bem que fazem pelo mundo,
Seja sempre lembrado,
Reconhecido e recompensado.

Crónica, por Sandra Fé Fernandes