Cristina Branco e João Paulo Esteves atuam no Dia dos Namorados em Santarém

A cantora Cristina Branco vem até Santarém no próximo dia 14 de fevereiro, onde atua no Teatro Sá da Bandeira, às 21h30, no âmbito do Montepio às Vezes o Amor, o festival de música do Dia dos Namorados.

A artista será acompanhada pelo pianista João Paulo Esteves da Silva durante o espetáculo em que será apresentado o seu trabalho mais recente ‘Amoras numa Tarde de Outono’.

Neste concerto, Cristina Branco e João Paulo Esteves da Silva vão recriar o ambiente intimista do álbum, algures entre o fado e a música tradicional. O disco regista o trabalho que o duo vem desenvolvendo ao vivo nos últimos 20 anos.

Desde o ano no 2000 que o pianista João Paulo Esteves da Silva tem colaborado com Cristina Branco, tendo composto vários temas para a cantora, como ‘O Lenço da Carolina’, incluído no álbum ‘Alegria’, editado em 2003. Para celebrar 20 anos desta parceria, o duo editou recentemente ‘Amoras numa Tarde de Outono’, um álbum que se encontra disponível em todas as plataformas digitais, estando prevista igualmente uma edição em formato físico, neste caso em suporte de clássico vinil, durante a primavera de 2023. Entre as catorze canções do álbum, encontram-se vários inéditos e algumas reedições. A maioria dos temas foram escritos pelo pianista, mas o disco conta também com os contributos de Manuela de Freitas e do falecido cantor, compositor ou produtor, José Mário Branco, em ‘Este Silêncio’, Santos Moreira e Linhares Barbosa em ‘Fado Menor’ e Ricardo J. Dias em ‘Uma Outra Noite’.

A cantora almeirinense, que assinalou ao longo do ano de 2022, 25 anos de carreira tem sido uma incansável embaixadora da cultura portuguesa no mundo. Ao longo das duas últimas décadas, revelou-se uma das mais prolíficas cantoras atuais, sendo responsável por uma vasta discografia. A música tradicional portuguesa é a sua principal raiz estética, mas tem mostrado também alguma influência da música jazz ou da literatura. Além dos próprios músicos com quem partilha o palco, que em muito têm contribuído para imprimir à sua música um cariz universal.

A artista iniciou o percurso musical na Holanda, onde gravou, em 1997, ‘Cristina Branco in Holland (Live), álbum que foi um sucesso naquele país. Nos anos seguintes cantou por toda a Europa, com datas esgotadas em muitas cidades. Editou vários discos, com destaque para ‘Murmúrios’, de 1998’, e ‘Post-Scriptum’, de 2000, que contribuíram para um sucesso que levou a cantora a ser galardoada com dois Prix Choc, prémios atribuídos pela prestigiada da revista francesa, ‘Le Monde de La Musique’.

Foi apenas após o reconhecimento internacional, no virar do milénio, que Cristina Branco começou a ser aclamada em Portugal. Para isso ajudaram discos como ‘Sensus’, de 2003, ou ‘Ulisses’, lançado em 2005. Em 2009, editou um álbum com versões de músicas de José Afonso, enquanto que com ‘Não há só Tangos em Paris’, de 2011, o seu décimo álbum de estúdio em colaboração com autores e compositores como Mário Laginha, Carlos Tê e Pedro da Silva Martins, mostrou os primeiros indícios de que a sua música poderia ter uma outra roupagem.

Prenunciando uma fase de rejuvenescimento, com o álbum ‘Menina’, de 2016, considerado o Melhor Disco do Ano pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), apresentou o primeiro capítulo de uma trilogia onde se incluem os discos ‘Branco’, de 2018, e ‘Eva’, de 2020. Com estes discos, Cristina Branco atravessou estilos, culturas e geografias, mostrando inovadoras interpretações do tradicional do fado. ‘Eva’ é um álbum que revela 10 canções íntimas e inéditas, centradas nas histórias de Eva Haussman, a protagonista do disco. Esta obra tem sido apresentada nos palcos portugueses e por todo o mundo, com datas esgotadas em países como Alemanha, Suíça, Itália, Bélgica, Holanda e França.

Quanto ao pianista João Paulo Esteves da Silva, nasceu em Lisboa em 1961, filho de mãe pianista e de pai filósofo. Em 1979 participou no festival de Jazz de Cascais com o grupo Quinto Crescente. Em 1984 completa o Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional e parte para França para prosseguir os estudos, mantendo-se no “exílio” até 1992. No ano seguinte grava o primeiro disco em nome próprio, ‘Serra Sem Fim’, para a editora Farol. Em 1996 conhece um produtor musical da editora M.A. Recordings, com quem inicia uma longa colaboração, documentada em seis discos, e que dura até 2001. Neste ano, estimulado pelo músico Carlos Bica, grava um primeiro disco em piano solo, ‘Roda’, para uma editora francesa.

O seu último disco ‘Scapegrace’, editado em duo com Dennis González, foi galardoado com o Prémio Autores da SPA para “melhor disco 2009”. Ao longo dos anos colaborou em concertos e discos de inúmeros músicos nacionais e estrangeiros. De destacar os trabalhos com Ricardo Rocha, Carlos

Bica, Cláudio Puntin, Jean-Luc Fillon, Peter Epstein, Ricardo Dias e Dennis González, no campo da música instrumental, e também as parcerias com vozes como Vitorino, Sérgio Godinho, Filipa Pais, Ana Brandão, Maria Ana Bobone e Cristina Branco, entre muitos outros.

Tem trabalhado ainda noutras áreas, como a poesia, tendo publicando dois livros, e colaborando em revistas, de papel e online, e no teatro, enquanto tradutor e músico em obras de Beckett, Ibsen, Strindberg ou Brecht. Tem manifestado o interesse por diálogos entre a música e outras artes, tendo assinado trabalhos conjuntos com o fotógrafo José Luís Neto e composto, por exemplo, a banda sonora de um filme de Gonçalo Waddington. Desde 2009, que é professor na Licenciatura em Jazz da Escola Superior de Música de Lisboa.

De recordar que o Festival Montepio às Vezes o Amor é uma festa de música e emoções que promete espalhar amor por todo o país. Para o Teatro Sá da Bandeira os bilhetes custam 12,5€, havendo desconto especial para os associados do Montepio até à data do concerto. Este desconto aplica-se ao portador do cartão de associado da Associação Mutualista Montepio e respetivo acompanhante, com um máximo de dois bilhetes por associado. A aquisição deste desconto realiza-se apenas nas sala do espetáculo.