A falta de poder

Todos os dias nos deparamos com a falta de algo nas nossas localidades e logo pensamos que as nossas autarquias podem ser a solução, contudo isso nem sempre é verdade e a culpa não pode ser atribuída exclusivamente aos executivos das mesmas.

O orçamento atribuído às juntas de freguesia é completamente desproporcional às necessidades dos cidadãos, ficando estas dependentes da câmara municipal e esta de entidades ainda mais longínquas, o que resulta em graves atrasos e prejuízos para todos nós.

Ao longo dos anos foram atribuídas competências às câmaras municipais em diversas áreas de modo a que, pelo menos em teoria, fossemos contemplados com uma melhoria da qualidade dos serviços dos quais necessitamos assim como a sua adaptação às diferentes realidades de cada local.

Nesse sentido foram feitos acordos para que as juntas de freguesia assumissem um conjunto de competências como a manutenção dos espaços públicos como jardins, espaços desportivos ou parques infantis, mas continua a faltar ir mais longe, falta dotar as juntas de freguesia de competência e orçamento para a construção ou remodelação desses espaços e assim estas não têm poder para ir mais longe.

Na freguesia de Benfica do Ribatejo, onde resido e aquela que melhor conheço, continua a verificar-se a falta desses equipamentos públicos.

Na Azeitada não há sequer vislumbre de intervenções a este nível, em Benfica com as dunas resultantes das descargas de terra para preparação do espaço para a construção do futuro parque urbano ao longe vemos uma miragem.

Nos Cortiçóis a escola foi remodelada mas o parque infantil desmantelado e o Largo desprezado e nos Foros o que outrora foi um ringue desportivo hoje é uma ruína e o espaço envolvente continua à espera de um milagre que o transforme num espaço de convívio e brincadeira.

Carlos Arreigota – CDU Almeirim