O declínio

Nos últimos meses temos assistido a um conjunto de situações que levam à quebra de confiança da sociedade no Governo. Como se já não bastasse a quantidade de relações familiares no Governo temos assistido a uma sucessão de suspeitas de corrupção e de favorecimento em negócios com dinheiros públicos. Mas o mais assustador é que isto parece não ter fim tal a quantidade de casos que vêm a lume e o nível dos cargos de alguns dos atingidos. Até alguns dos ministros apontados à sucessão de António Costa têm sobre si suspeitas de comportamentos impróprios. Recordo que entre os potenciais futuros líderes do PS estavam Pedro Nuno Santos e Marta Temido, que já saíram do Governo, mas também Fernando Medina, cuja imagem pública fica abalada depois de se saber que a Polícia Judiciária fez buscas na Câmara de Lisboa por suspeitas de corrupção durante a sua presidência. Mas o que mais assusta é o facto de António Costa não conseguir substituir membros do Governo por pessoas fora do círculo dos políticos atuais, ou seja, tipicamente, um Ministro é substituído por um Secretário de Estado e este por um chefe de gabinete que por sua vez é substituído por um adjunto. Parece ser bom a saída de um membro do Governo porque quem está abaixo vai subir. Por vezes entram autarcas ou mulheres destes para depressa se descobrir que afinal estão envolvidos em casos ou são familiares de algum membro do Governo. Será que António Costa não consegue mesmo atrair pessoas da sociedade civil mas apenas atuar em circuito fechado com os mesmos protagonistas? Ou será de propósito?

João Lopes – PSD Almeirim