Papeleiras e caixotes do lixo de Almeirim. Onde estão?

É frequente passearmos pelas ruas de Almeirim e depararmo-nos com a frequente situação de termos lixo comum para deitar fora e olharmos em redor à procura de uma papeleira ou caixote do lixo e nem vê-los.

Quem nunca passou por esta situação? Infelizmente, a reação mais comum das pessoas é deitar o lixo para o chão o que não deixa de ser um comportamento deplorável. Poucos são os que se dão ao trabalho de guardar o lixo nos bolsos  e deitá-lo, posteriormente, num dos poucos caixotes do lixo espalhados pela cidade ou de ir à procura de algum caixote do lixo que ainda esteja na rua e não tenha sido recolhido pelo proprietário. Assim, há que mitigar este tipo de comportamentos ao aumentar a presença destes elementos pela cidade.

A ausência destes equipamentos urbanos contribui para a degradação higiénica do espaço público devido ao facto simples de que lixo atrai mais lixo.

Assim, é urgente o Executivo Camarário e a Autarquia investirem no aumento do número destes equipamentos de modo a evitar a acumulação de desperdícios de diferentes tipos de materiais (alguns deles até recicláveis – Ex: maços de tabaco e papéis) nas ruas da cidade fora dos locais de depósito próprios.

No cruzamento da R. 5 de Outubro e a R. Bernardo Gonçalves existem apenas 2 papeleiras. No entanto, ambas se localizam nas proximidades do parque das Laranjeiras que foi alvo de requalificação em anos recentes enquanto que o resto do troço deste arruamento não possui nenhum. Parece que a distribuição destes equipamentos se concentra em redor de áreas recentemente requalificadas sendo a restante cidade esquecida.

A título de exemplo, podem invocar-se as zonas de estacionamento por detrás do edifício da Câmara onde existe bastante movimento e não se verifica a existência destes elementos. Ou até mais flagrante é a sua ausência, por exemplo, desde o cruzamento entre a R. Bernardo Gonçalves e a Av. 25 de Abril. A situação repete-se por toda a cidade em áreas onde não ocorreram ações de intervenção de cariz urbanístico em tempos recentes. Está à vista de todos que a cidade necessita de mais papeleiras e caixotes do lixo especialmente em zonas de amplo comércio local e estacionamento.

A localização destes equipamentos deverá obedecer a critérios concretos como a concentração de comércio e serviços, locais de aglomeração de pessoas (ex: paragens de autocarros), dimensão de passeios, espaços verdes, parques infantis e/ou outros equipamentos municipais e zonas residenciais devido à presença de animais de estimação.

A par destes critérios, estes elementos deverão ser inseridos em rotas de limpeza existentes com calendarização próprias e com registo escrito de modo a se evitar custos adicionais. Além do mais, aquando da sua limpeza, o equipamento deverá ser alvo de uma inspeção visual de forma a serem detetados eventuais danos ou proceder mesmo à sua substituição. 

No que toca aos caixotes do lixo, a situação também não está bem. Desde equipamentos partidos e deformados, com vários anos de uso, a ações de limpeza dos mesmos que quase parecem aleatórias (se não o forem mesmo) e à sua insuficiente quantidade, efetivamente é notório e urgente uma reforço/substituição de parte destes elementos.

Aliás, poderá comprovar-se o que foi dito ao olharmos para o parque de estacionamento dos toldos azuis junto às ruas Agnelo David e Bernardo Gonçalves onde os ditos caixotes estão partidos e/ou deformados, sujos e onde ocorre a excessiva acumulação de lixo provando que o número de caixotes é insuficiente. O mesmo se pode dizer do ecoponto incompleto que lhes está associado onde nem sequer existe um pilhão e um oleão sendo frequente ver estes resíduos durante dias a fio sem que ninguém os recolha. E mesmo que sejam recolhidos, não se sabe qual o seu destino final. Igualmente, estes dois elementos dos ecopontos deveriam existir em maior número especialmente nas zonas onde a atividade económica da restauração se concentra.

A falta de espaço para adicionar os dois elementos em falta nem se coloca em causa porque existe bastante sem haver necessidade de eliminar lugares de estacionamento. O mesmo se passa noutros locais da cidade. Aliás, poderá efetivamente equacionar-se a construção de mais ecopontos enterrados denominados “ilhas ecológicas” semelhante ao instalado no parque das Laranjeiras bem como noutras cidades.

É preciso fazer mais e melhor. Os meios existem, mas estarão certamente mal-organizados.

Desta forma, com um planeamento bem delineado e estruturado e com uma postura ativa de controlo e monotorização do estado geral destes equipamentos é possível aumentar a salubridade da cidade. Esta postura aliada a campanhas de sensibilização da população (Ex: cartazes a apelar à higiene urbana, etc..) e ao reforço da limpeza urbana (lavagem de ruas com produtos desinfetantes e/ou fitofarmacêuticos) se poderão manter as nossas ruas limpas e higienizadas.

António Neves Carneiro, Vice-Coordenador da Concelhia do Chega de Almeirim