Mercadona: “Esta estrutura é o músculo que necessitamos para continuar a crescer”

Com 290 milhões de euros investidos, 630 novos postos de trabalho criados, e uma área construída de 120 mil metros quadrados, a Mercadona inaugurou oficialmente na sexta-feira, dia 27 de junho, o maior bloco logístico da cadeia e de toda a Península Ibérica, localizado em Almeirim. O investimento coloca o concelho na linha da frente do desenvolvimento económico regional e nacional, numa infraestrutura que alia tecnologia, formação, sustentabilidade e cooperação institucional.

A cerimónia de inauguração contou com a presença do ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, e do secretário de Estado da Agricultura, João Moura, do embaixador de Espanha em Portugal, Juan Fernández Trigo, e naturalmente do presidente da Câmara Municipal de Almeirim, Pedro Ribeiro, para quem este é “um dia histórico”. 

“A Mercadona é hoje o maior empregador do concelho. Este investimento transformou uma zona de 200 hectares que estava definida em PDM (Plano Diretor Municipal) desde 1993 e nunca tinha recebido um investimento desta escala. Além disso, serviu de catalisador para outras empresas que agora se instalam aqui ao lado. É um projeto que muda Almeirim, muda o Ribatejo e muda a nossa capacidade de atrair mais desenvolvimento”, afirmou Pedro Ribeiro.

Um modelo de crescimento focado nas pessoas

A Mercadona chega a este marco com 63 lojas abertas em Portugal, 7.000 colaboradores contratados com vínculos efetivos desde o primeiro dia, e uma cultura de empresa centrada no compromisso com cinco componentes fundamentais, o cliente ou “chefe”, como é chamado internamente, o colaborador, o fornecedor, a sociedade e o capital. 

“Temos hoje uma equipa com mil pessoas na logística da Mercadona em Portugal, 630 das quais aqui em Almeirim”, afirmou Inês Santos, diretora de Relações Institucionais da empresa em Portugal. “Este bloco logístico espelha o nosso compromisso com o país. Orgulhamo-nos de ter cumprido o que prometemos. Este espaço vai permitir crescer com eficiência e sustentabilidade, e também com mais qualidade e frescura para o nosso ‘chefe’”, acrescentou.

Desde que se instalou em Portugal, em 2019, a Mercadona já investiu 1.095 milhões de euros no país e comprou mais de 4.550 milhões de euros a fornecedores nacionais. Em Almeirim, a empresa reforça esse compromisso, além da criação de empregos, investiu 7,2 milhões de euros em formação e promoveu 50 colaboradores a funções de maior responsabilidade.

“Acreditamos que os nossos colaboradores são o nosso principal ativo. Desde o primeiro dia oferecemos contratos sem termo, formação especializada, salários acima da média do setor, prémios e oportunidades de progressão”, explicou Artur Silva, diretor do bloco logístico de Almeirim.

“Tivemos aqui mais de 700 empresas envolvidas na obra. Foram anos de trabalho intensos, feitos muitas vezes com reuniões à distância, durante a pandemia, mas conseguimos. Esta estrutura é o músculo que necessitamos para continuar a crescer”, esclarece.

O centro logístico ocupa uma área total de 440 mil metros quadrados, o equivalente a 60 campos de futebol, e é composto por dois grandes armazéns. Um de frio com 49 mil metros quadrados e outro de secos com 50 mil metros quadrados, edifícios administrativos, oficinas, zonas técnicas e áreas de apoio. A sua função é garantir o abastecimento de todas as lojas do país, em articulação com o centro da Póvoa de Varzim.

Sustentabilidade e compromisso com Almeirim

A vertente ambiental do projeto é um dos pilares mais inovadores. O novo bloco conta com 8.700 painéis solares, que produzem 4,5 GWh por ano, o que representa 25% das suas necessidades energéticas. O centro dispõe ainda de um sistema de reutilização de águas residuais, com capacidade para poupar 90 mil litros de água por dia, além de um sistema de captação de águas pluviais que alimenta a Ribeira do Falhão e garante a preservação ecológica da linha de água.

“A sustentabilidade para nós não é apenas discurso, é ação. Eficiência energética, economia circular e utilização racional de recursos estão no centro da nossa operação logística. Acreditamos que é possível crescer com responsabilidade e sem deixar ninguém para trás”, afirmou Inês Santos.

Além do investimento direto no centro logístico, a Mercadona financiou 8 milhões de euros em infraestruturas públicas locais, incluindo estradas, redes de água, telecomunicações e acessos, todos ao serviço da comunidade. Ainda durante a cerimónia, Pedro Ribeiro destacou o empenho da autarquia e dos técnicos municipais, nomeadamente o arquiteto António Forte e o vereador da Câmara Municipal de Almeirim com o pelouro das Obras, Rui Rodrigues, pelo apoio “além do que seria exigido”, inclusive ao fim de semana e em feriados, para garantir que o projeto avançasse sem demoras. 

“O lucro é o capital do próximo investimento”

Num discurso centrado na importância do investimento privado e na necessidade de reduzir a burocracia, o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida deixou claro que o governo está alinhado com projetos como o da Mercadona.

“Portugal precisa de uma economia forte. E uma economia forte paga melhores salários. O lucro não é um problema, o que é mau é o prejuízo. O lucro de hoje é o capital próprio do investimento de amanhã”, afirmou o ministro.

“É preciso que o Estado funcione, que responda a tempo, que os serviços públicos cooperem. E quando a lei estiver mal feita, devemos alterá-la. Não é legítimo pedir a ninguém que viole a lei, mas é nossa obrigação mudá-la quando deixa de servir o interesse público”, adianta.

Manuel Castro Almeida elogiou o papel da autarquia e destacou a necessidade de “ter áreas disponíveis e formas céleres de licenciamento para acolher empresas com urgência no investimento”. Sublinha ainda que o crescimento económico é o principal objetivo da política económica atual.

A Mercadona, que em 2024 obteve 1.400 milhões de euros de lucro em Portugal e Espanha, reinvestiu a maior parte, mais de 1.100 milhões, em novas infraestruturas, salários e formação, segundo os dados partilhados durante o evento.

Um marco para Almeirim e para o país

A cerimónia terminou com um apelo simbólico de Pedro Ribeiro: “Agora que têm aqui o maior bloco logístico da Península Ibérica, com 630 empregos, não se esqueçam, falta-nos uma loja Mercadona aqui em Almeirim para que os nossos cidadãos possam também beneficiar diretamente, sem terem de se deslocar”, refere.

O evento reforçou a imagem da cidade como um território para investimento responsável, onde as parcerias entre o setor público e privado produzem resultados concretos. Com este novo centro logístico, Almeirim dá um passo em frente no seu caminho de modernização e assume-se como um dos novos polos de desenvolvimento do país.

“Juntos, conseguimos fazer a diferença”, concluiu o Presidente da Câmara Municipal de Almeirim.