Solteira

A culpa morre solteira. Assim, pelo menos, tem sido em Portugal, nos últimos anos, quando os políticos fazem as maiores asneiras e dão os (maus) exemplos. Alguém tem dúvidas que numa empresa privada quem tem a responsabilidade são os gerentes e os administradores?

Fomos surpreendidos com uma clara violação dos mais básicos direitos, liberdades e garantias quando soubemos que cidadãos que se manifestaram em Lisboa contra outros governos tinham os seus dados remetidos às embaixadas dos respetivos Países pela Câmara Municipal de Lisboa. Muitos deles com atuações ditatoriais e outros tantos com atuações muito pouco
democráticas.

A apressada e pouco detalhada auditoria interna concluiu que, de maio de 2018 a maio de 2021, foram enviados dados pessoais em 52 dos processos.

“(…) primeiro começa-se por se desmentir ou dizer que nada se sabe, depois por culpar o político anterior (…)”

No Reino Unido, o ministro da saúde demitiu-se porque em pleno confinamento desrespeitou as regras de distanciamento social que ele implementou e defendeu. Em Portugal, desrespeita-se a Lei de forma evidente, e segue-se a atuação habitual: primeiro, começa-se por se desmentir ou dizer que nada se sabe, depois, por culpar o político anterior, seguidamente, culpa-se o(s) funcionário(s) e por último encomenda se uma auditoria feita por alguém assalariado da instituição (alguém independente não convém, porque pode dizer mais do que convém). Nunca sabem de nada.

Então, quem deve ser responsável? Se não sabem são, certamente, incompetentes. Sem se dar ao respeito, como se espera que a população queira respeitar os políticos? Os políticos não são todos iguais mas todos são beliscados com esta atuação. Haja vergonha.

João Lopes
PSD Almeirim

Artigo de opinião publicado na edição de 1 de julho de 2021