Benfica do Ribatejo perde um médico de família e Raposa passa a ter atendimento quinzenalmente

Benfica do Ribatejo perdeu um dos dois médicos de família que disponha na extensão de saúde, ficando apenas um clínico ao serviço para os cerca de três mil habitantes da Vila. A situação deve-se à aposentação do médico, que prestava serviço naquela unidade de saúde e na freguesia de Raposa.

Devido a esta situação, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria foi obrigado a reorganizar o atendimento na extensão de saúde da Raposa, que passa a ser efetuado à quarta-feira, de 15 em 15 dias. Já a extensão de saúde de Paços dos Negros irá continuar encerrada.

Também a Unidade de Saúde Familiar Côrtes D’Almeirim perdeu um dos seis clínicos que disponha. A reposição dos clínicos em falta é responsabilidade do ACES Lezíria que terá agora de esperar pela o próximo concurso de contração dos profissionais de saúde, para ocupar as vagas em falta no concelho.

Beatriz Apolinário, vereadora da CDU na Câmara de Almeirim, levou o assunto à reunião de executivo da passada segunda-feira, 4 de julho, onde referiu as dificuldades de deslocação dos utentes de Paço dos Negros para a sede de concelho, contacto e marcação de consultas no Centro de Saúde de Almeirim.

“Percebemos que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia fizeram o que estava ao seu alcance para minimizar os impactos sobre os utentes pelo fecho da extensão de saúde de Paço dos Negros”, começa por dizer a vereadora, acrescentando que a CDU considera “que os cuidados primários de saúde devem ser prestados nas unidades existentes, o mais próximo possível da população”.

“Tenho conhecimento de algumas pessoas que têm imensa dificuldade para contactar o Centro de Saúde e marcar consultas aqui no nosso concelho”, destaca.

Também a saída recente do médico que prestava serviço em Benfica do Ribatejo e na Raposa, levou a eleita a pedir a intervenção do executivo para colmatar a falta de médicos nas freguesias do concelho.

Em resposta, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim, admite que o executivo faz “aquilo que pode” mas que este “é um problema estrutural do país”.

Já em relação às dificuldades de transporte dos utentes, o autarca prometeu que iria dar instruções para a realização dos mesmos “sempre que forem pedidos”.

O Governo prepara-se para encaminhar para os Centros de Saúde, os utentes que seja triados nas urgências com pulseira azul e verde, algo que levou Beatriz Apolinário a fazer uma recomendação de se voltar a pensar no Serviço de Atendimento Permanente (SAP), para dessa forma os utentes sejam atendidos à noite, fins-de-semana e feriados.

“Há problemas de fundo que ultrapassam as nossas responsabilidades, enquanto eleitos do poder local, mas não podemos deixar de estar preocupados com as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde que existem por todo o país e que em Almeirim e distrito de Santarém não são exceção”, conclui.