Os trabalhadores da Sumol Compal de Almeirim estão esta quarta-feira, dia 7 de maio, em greve para exigir melhores salários, a retoma da contratação coletiva e e a redução do horário semanal para 35 horas.
A paralisação, que terá superado cerca de 70% de adesão, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Sectores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e Serviços Relacionados (STIAC), e insere-se num conjunto mais alargado de protestos previstos para este ano.
Marcos Robalo, do STIAC, destaca as exigências pedidas à empresa e vinca a boa adesão à greve por parte dos trabalhadores.
“O aumento que a empresa deu a estes trabalhadores não é suficiente para o aumento do custo de vida que estamos a ter neste momento. Portanto, relembro que estes trabalhadores tiveram 12 anos sem qualquer aumento salarial”, salienta o sindicalista.
“Além da atualização salarial, temos as diuturnidades, o subsídio de harmonização, o subsídio de alimentação, as 35 horas semanais, portanto há aqui um conjunto de reivindicações. Mas acima de tudo, o clima de paz na empresa que neste momento não existe”, vinca.
Entre as exigências dos trabalhadores estão o aumento do salário base para 1.000 euros, a valorização do subsídio de turno e de alimentação, o fim da disparidade salarial entre homens e mulheres e o direito a 25 dias úteis de férias.
Paulo Fernandes, um dos trabalhadores que entregou à empresa uma moção dos grevistas com um conjunto de reivindicações, destaca que, apesar das atualizações salariais, as mesmas não chegam para colmatar a falta de poder de compra.
“Nós apresentámos o calendário reivindicativo à empresa no fim do ano, tivemos várias negociações com a empresa e nunca houve grande resposta, nunca houve os valores que nós solicitávamos nem de perto nem de longe lá chegaram”, descreve o funcionário.
“Nós trabalhamos na produção, que sabemos que foi um ano muito desgastante, foi um ano que a empresa produziu bastante, teve muito mais produção do que o normal, as pessoas chegam ao fim do ano e não se sentiram valorizadas, não se sentiram compensadas”, conclui.
A greve contou com a presença de Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, que quis prestar solidariedade aos trabalhadores em protesto.