Águas Ricas

Todos sabem que a nossa existência tem uma dependência direta da água, e como tal, ela é indispensável. A gestão da água tem de ser pensada, não só no seu uso ou na sua conservação/retenção, mas também na forma como são geridas as edificações de toda e qualquer construção. Pensar que temos de poupar água, criar reservatórios e demais formas de armazenamento, nunca será o suficiente, se não se reverem as estratégias das construções. Não só garantindo livre e limpas as linhas de águas, mas também as áreas adjacentes, por forma a garantir os escoamentos e infiltrações naturais. 

Há muito que se deixou de respeitar os cursos naturais das linhas de água, para dar lugar a passagens, mais alguma terra arável ou para construções. Estas ações fazem com que haja, de tempos em tempos, destruições e prejuízos elevados, infelizmente não só monetários.

A água, sendo ela uma força da natureza, tem de ter tratada e respeitada como tal, assim como os seus percursos, por forma a assegurar a sua conservação natural. Temos zonas de cidades inundadas, porque as construções, para além de usarem caminhos e áreas adjacentes às linhas de água, os vários tipos de infra-estruturas estão por todo o lado, cobrindo quase sempre sem cuidados, todo solo. Esta cobertura impede a infiltração natural e desejável da água no solo, para escoamentos e retenção, levando assim à sua conservação e aglomeração na superfície. Este fenómeno termina, inevitavelmente, com a utilização dos seus cursos naturais, independentemente do que por lá possa existir.

É comum acusar a agricultura e pecuária de desperdício de recursos hídricos, quando muitas das vezes, são eles que têm as melhores atitudes e ações para a sua conservação, tendo ainda, nas últimas décadas, melhorado mais ainda. Terão de ser ações conjuntas e programadas, no tempo e nas áreas/regiões, por todos os agentes da sociedade.

João Vinagre – CDS Almeirim